Inflação acelera em setembro e sobe 0,44%, puxada por energia elétrica

Inflação acelera em setembro e sobe 0,44%, puxada por energia elétrica


A conta de luz ficou, em média, 5,3% mais cara no mês e impactou 0,21 ponto percentual no índice.

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A conta de luz ficou, em média, 5,3% mais cara no mês e impactou 0,21 ponto percentual no índice. (Freepik)

Depois de surpreender o mercado e registrar queda de 0,02% em agosto, a inflação no Brasil voltou a acelerar em setembro. Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (9), pelo IBGE, o IPCA, índice oficial de inflação do país, ficou em 0,44% no mês passado, impulsionado principalmente pelo aumento da energia elétrica – que passou de -2,77% em agosto para 5,36%. em setembro, com vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 1, que acrescenta R$ 4.463 à conta de luz a cada 100 quilowatts/hora (kWh) consumidos.

Com o resultado de setembro, a inflação acumulada em 12 meses ficou muito próxima do teto da meta perseguida pelo Banco Central, permanecendo em 4,42%. No acumulado até agosto, esse índice ficou em 4,24%. A meta do BC é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, para mais ou para menos.

Para analistas, o risco de superação da meta ficou ainda mais forte com o acionamento da bandeira vermelha nível 2 neste mês de outubro, que acrescenta R$ 7,877 a cada 100 kWh consumidos. Além disso, a aceleração da inflação acaba dando mais força à recente decisão do BC de iniciar um ciclo de aumento dos juros – na última reunião do Copom, a Selic foi elevada de 10,5% para 10,75% ao ano.

Segundo o IBGE, dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, dois tiveram maior influência no resultado de setembro: Habitação (1,80%) e Alimentação e bebidas (0,50%), que contribuíram com 0,27 ponto e 0,11 ponto percentual, respectivamente. “Os demais grupos ficaram entre -0,31% para Despesas Pessoais e 0,46% para Saúde e Cuidados Pessoais”, diz o instituto, em nota.

Segundo a agência, no grupo Habitação, além do reajuste energético, destaca-se também o aumento do gás de botija (2,40%).

No grupo Alimentação e bebidas, segundo o IBGE, a alimentação no domicílio aumentou 0,56%, após dois meses consecutivos de queda. “Foram observados aumentos nos preços do mamão (10,34%), da laranja pera (10,02%), do café moído (4,02%) e da picanha (3,79%). Do lado da queda, os destaques ficam com a cebola (-16,95%), o tomate (-6,58%) e a batata-inglesa (-6,56%)”, diz a nota.

No grupo Transportes, por sua vez, houve aumento significativo nos preços das passagens aéreas (4,64%). “Em relação aos combustíveis (-0,02%), a gasolina (-0,12%) e o óleo diesel (-0,11%) apresentaram quedas, enquanto o etanol (0,75%) e o gás veicular (0,03%) registraram aumento nos preços.”