Do encantamento à frustração, os “bolsistas raiz” que faziam as malas para embarcar no Pablo Marçal (PRTB) à cidade de São Paulo já apelidaram a falsa denúncia de internação de Guilherme Boulos (PSOL) publicado nas redes sociais do ex-técnico na noite de sexta-feira, antes do primeiro turno das eleições.
Nas rodas de bate-papo e grupos de WhatsApp de apoiadores do ex-presidente, a reportagem de Marçal é chamada de “Zambellada”, enquanto outros dizem que, com a reportagem, “Marçal era o seu próprio Zambelli”. A referência é ao episódio às vésperas da eleição de 2022 em que a deputada Carla Zambelli (PL-SP) foi atrás de um apoiador de Lula brandindo uma arma nas ruas dos Jardins, endereço nobre da região central de São Paulo.
Para este grupo, se o influenciador não tivesse divulgado um documento falsificado informando que Boulos havia sido internado por consumo de cocaína, facilmente teria ido para o segundo turno, à frente do psolista e do candidato à reeleição. Ricardo Nunes (MDB). Na opinião dessas pessoas, Bolsonaro teria vencido o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2022, se Zambelli não tivesse corrido atrás de um lulista armado, e seu segurança tivesse sido baleado às vésperas das eleições daquele ano.
Mesmo com a bagunça, Marçal ficou 81.865 votos atrás do prefeito, que liderou o primeiro turno, e 56.853 votos atrás do deputado do PSOL, que disputará o segundo turno no dia 27. Portanto, o sentimento é de enorme frustração nesses grupos de Bolsonaro. . Entre o grupo, há integrantes da Faria Lima que chegaram a oferecer doações na faixa de cinco ou seis dígitos para a campanha do ex-técnico.
Risco na Justiça
Além de destruir as chances de disputar o segundo turno da maior cidade do país, publicar uma reportagem falsa nas redes sociais pode custar ao influenciador oito anos de inelegibilidade. A Polícia Civil já realizou a investigação e confirmou que o documento era falso. A apresentação do documento ocorreu após o psolista ter mostrado, no debate sobre TV Globoo último antes da primeira rodada, um teste toxicológico.
A campanha de Guilherme Boulos, vítima das provas falsas, apresentou queixa-crime à Justiça Eleitoral contra o ex-técnico. A agressiva estratégia de campanha de Marçal resultou em pelo menos mais duas ações judiciais por parte dos candidatos. Tabata Amaral (PSB) tomou medidas para investigar a existência de uma rede de apoiadores pagos para promover vídeos e José Luiz Datena (PSDB) entrou na Justiça pedindo danos morais pelas ofensas que culminaram no emblemático ataque à cadeira – no caso, Marçal também está processando o tucano.
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