Dois dos três candidatos LGBT+ eleitos para prefeituras são de Minas

Dois dos três candidatos LBGTQIAPN+ eleitos neste domingo (6/10) para comandar prefeituras são mineiros. Os prefeitos eleitos no estado de Minas Gerais são assumidamente gays. Rafael Freire, do PSB, foi reeleito em Alpinópolis, no Sul de Minas, com 62,28% dos votos válidos, o que corresponde a 7.527 votos. Donatinho, do PSD, foi reeleito em Santa Bárbara do Tugúrio, na Região Central de Minas Gerais, com 58,79% dos votos válidos, totalizando 2.106 votos.

Rafael Freire quase desistiu da candidatura após sofrer ataques homofóbicos. Como mostra o Estado de MinasEm junho, Freire voltou atrás e lançou sua candidatura à reeleição devido ao apoio de parte da população, que se manifestou contra as ameaças sofridas por ele.

Bonito (Bahia) elegeu Edinho Bella, do PSD, homem cis assexuado. O prefeito eleito obteve 64,26% dos votos válidos, o que corresponde a 6.428 votos. As informações são da organização não governamental (ONG) Vote LGBTI e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Segundo mapeamento realizado pela instituição, nas eleições municipais de 2024 foram eleitos 225 candidatos LBGTQIAPN+. O número é 130% superior ao registrado nas eleições municipais de 2020, quando foram eleitos 97 candidatos. O número pode ser ainda maior, devido a candidatos que são abertamente LGBTQIAPN+, mas não registraram orientação sexual ou identidade de gênero na autodeclaração do TSE.

Segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), dos eleitos, 26 são candidatos de pessoas trans.

Em Belo Horizonte, Juhlia Santos, do Psol, foi eleita para a Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), com 6.703 votos. Marcela Lins, do PSD, foi eleita para a Câmara Municipal de Santo Antônio do Amparo, na Região Centro-Oeste de Minas Gerais, com 300 votos.

Segundo a ONG Vote LGBT, os candidatos eleitos pela comunidade foram identificados em 190 municípios, em 22 estados e 19 partidos políticos. A maioria dos candidatos é do PT, com 61 eleitos, seguido do PSD, com 26, e do Psol, com 18. O levantamento foi feito a partir de candidaturas autodeclaradas no site do TSE, que concordou com a divulgação dos dados e candidaturas autodeclaradas no site VoteLGBT.

“Mais que dobramos o número de pessoas LGBT+ eleitas em relação às eleições municipais de 2020. Nas capitais e grandes cidades, onde os dados são mais precisos, vemos mulheres negras LGBT+, muitas delas trans, liderando as votações entre a esquerda partidos”, comenta Gui Mohallem, diretor da VoteLGBT.

Este ano, pela primeira vez na história, os candidatos puderam indicar sua orientação sexual e identidade de gênero ao se cadastrarem na Justiça Eleitoral. “Os candidatos poderão manifestar interesse em ter sua orientação sexual divulgada em informações públicas relativas ao registro de candidatura, caso em que será disponibilizado campo específico para coleta dos dados e autorização de sua divulgação”, diz trecho da resolução que trata do inscrição de candidatos às eleições.

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