Governo federal quer encerrar saque-aniversário e usar multa de 40% do FGTS como garantia no consignado

Governo federal quer encerrar saque-aniversário e usar multa de 40% do FGTS como garantia no consignado


Pelo projeto do governo, os funcionários do setor privado poderão comprometer até 35% da sua remuneração mensal bruta.

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Pelo projeto do governo, os funcionários do setor privado poderão comprometer até 35% da sua remuneração mensal bruta. (Foto: Divulgação)

O governo pretende enviar ao Legislativo ainda este ano proposta para eliminar o saque-aniversário do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e modificar as regras do crédito consignado para o setor privado, incluindo a utilização da multa rescisória de 40% para trabalhadores como garantia .

Segundo o ministro interino do Trabalho, Francisco Macena, a expectativa é que o consignado para a iniciativa privada, com contratação simplificada e mais garantias, substitua a linha de crédito atualmente oferecida pelos bancos para antecipação do saque aniversário do FGTS, que o Ministério do Trabalho O trabalho planeja extinguir.

Essa linha de crédito, que envolve juros bancários, é utilizada quando os trabalhadores buscam antecipar parcelas do saque-aniversário nos próximos anos, tendo como garantia o valor anual a que têm direito.

Para ser implementada, a proposta, ainda não apresentada formalmente, precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional.

O governo trabalha para disponibilizar essa modalidade aos trabalhadores já no primeiro semestre do próximo ano.

De acordo com o projeto do governo, os funcionários do setor privado poderão comprometer até 35% de sua remuneração mensal bruta, incluindo benefícios, abonos e comissões, com o novo modelo de folha de pagamento.

O FGTS é um direito de todo trabalhador com carteira assinada, abrangendo trabalhadores domésticos, rurais, temporários, intermitentes, ocasionais, sazonais e atletas profissionais, correspondendo a 8% do salário depositado mensalmente pelo empregador em nome do empregado.

O saque do FGTS é permitido em circunstâncias específicas definidas em lei, como demissão por justa causa, compra de casa própria e doença grave do trabalhador ou de seu dependente. Quem opta pelo saque-aniversário segue regras diferentes.

Maior segurança

O ministro interino do Trabalho explicou que a estratégia do governo para reduzir os juros sobre a folha de pagamento do setor privado passa pela ampliação das garantias, que passarão a incluir multa rescisória de 40% do FGTS para demissões sem justa causa, além de uma parcela dos recursos do fundo (percentual ainda não definido). Ou seja, em caso de demissão, os trabalhadores poderiam utilizar esses recursos para quitar empréstimos.

Caso a multa rescisória e parte dos recursos do FGTS não sejam suficientes para cobrir o valor do empréstimo contratado junto aos bancos, o restante ficará suspenso até que o trabalhador encontre um novo emprego, quando será cobrado novamente em parcelas mensais. Esse processo é conhecido como “portabilidade” da remessa, sobre a qual serão cobrados juros e correção monetária.