A coordenação da campanha à reeleição do prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), passou parte desta segunda-feira (7/10) reunida para traçar estratégias para o segundo turno da disputa pelo comando da capital, em 27 de outubro. Fuad tem que eliminar a vantagem obtida pelo deputado estadual Bolsonaro Bruno Engler (PL) na primeira etapa da votação, feito alcançado em 2016 por Alexandre Kalil (sem partido), eleito em confronto com João Leite (PSDB).
Conforme apurou o relatório, uma das metas definidas é a não nacionalização da corrida eleitoral em BH. Na avaliação da campanha de Fuad, a polarização PL versus PT favorece o bolsonarista. Portanto, a linha de trabalho deve continuar sem padrinhos políticos e focada nas conquistas de Fuad como prefeito ao longo dos seus dois anos e meio de mandato. Assumiu o cargo em abril de 2022, com a renúncia de Kalil para concorrer ao estado com Romeu Zema (Novo), governador reeleito.
Com isso, a campanha não deve usar e abusar do apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apoiador da candidatura de Fuad desde o início, como Engler fez com o ex-presidente Jair Bolsonaro. A intenção é fugir da polarização entre lulistas e bolsonaristas e explorar a experiência de Fuad em contraste com Engler, que nunca ocupou cargos executivos. Antes de ser eleito deputado estadual em 2018, Engler nunca havia ocupado cargo legislativo. O risco, segundo apoiadores de Fuad, seria colocar a gestão da terceira maior cidade do país, cujo orçamento é de R$ 19,6 bilhões por ano, nas mãos do líder do primeiro turno. A campanha também mostrará um candidato calmo em contraponto ao discurso extremista de Engler.
O foco do PSD está no eleitorado de centro, que votou no apresentador e deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos), terceiro colocado na disputa e que também fez campanha evitando a polarização Lula x Bolsonaro. Neste domingo (6/10), após a investigação, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), aliado de Fuad, já deu um tapinha em Tramonte, chamando seu ex-opositor de “homem honesto, decente e trabalhador”. Tramonte ainda não se pronunciou, mas a esperança do PSB é que ele, prejudicado pelos ataques que sofreu de Engler e outros adversários, fique ao lado de Fuad, que fez campanha mais focada em suas ações à frente do PBH e com poucas críticas aos demais concorrentes . O apoio de Tramonte é um dos mais almejados pela campanha de Fuad, já que seu eleitorado não é visto como lulista ou bolsonarista.
O deputado estadual Cássio Soares, que preside o PSD na capital e no estado, defende que a campanha siga a mesma linha do primeiro turno. “Ela continuará gentil e focada nas propostas, sem trair Lula ou qualquer outra pessoa. Não somos um partido de esquerda nem de direita. O PSD é um partido centrista, que é muito mais o perfil do autarca e da sua administração”, declarou o dirigente.
Fortemente atacado pelos adversários no primeiro turno, Fuad não deve utilizar a mesma tática nesta segunda etapa. Mas, segundo Cássio Soares, não há garantia de que esquerda e direita não se chocarem. “Mas não faremos isso”, garante o deputado. Também é pouco provável que Fuad participe em todos os debates da segunda volta. A avaliação é que o prefeito não tem um bom desempenho nesse formato, e sua participação serve apenas para gerar vídeos contra ele nas redes sociais, onde a disputa é acirrada e, na maioria das vezes, agressiva.
Esquerda
O PT ainda não anunciou oficialmente apoio a Fuad, mas deverá fazê-lo nas próximas horas. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, já anunciou o apoio do presidente ao prefeito, como forma de retribuição pelo que Fuad deu a Lula no segundo turno das eleições presidenciais e também porque o PSD é um dos partidos que apoiam o governo federal. no Congresso.
“O atual prefeito Fuad apoiou o presidente Lula, foi ao segundo turno e ainda ontem (sábado) já conversou com ele. O presidente Lula reforçou seu apoio ao nome de Fuad neste segundo turno. Ele já tinha dito isso há muito tempo, que se o Fuad fosse para o segundo turno seria o nome que ele apoia”, frisou o ministro.
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Os vereadores eleitos pelos partidos de esquerda também deverão anunciar, em carta aberta à população, o apoio à reeleição do prefeito. O candidato derrotado do partido na disputa pela prefeitura da capital, o deputado federal Rogério Correia (PT), também deve fazer o mesmo. Ele convocou entrevista coletiva para esta terça-feira (8/10). Sua candidata a vice-presidente, a deputada estadual Bella Gonçalves (Psol), já fez esse anúncio nas redes sociais.
Nesta segunda-feira, o prefeito não tinha agenda pública de campanha, que deveria ser retomada. Deve ser retomado a partir desta terça-feira.
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