10/07/2024 – 18h18
Mário Agra/Câmara dos Deputados
Deputado Amom Mandel, autor do projeto de lei
O Projeto de Lei 1988/24 estabelece parâmetros para a troca de controle na distribuição de energia elétrica no Amazonas e o equilíbrio econômico-financeiro do contrato. O texto tramita na Câmara dos Deputados.
A proposta prevê que, temporariamente, serão considerados os custos reais de aquisição de energia e o custo total de geração, para reembolso da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC).
Essa conta é responsável pelas transações de encargos das distribuidoras e transmissoras de energia elétrica para subsidiar os custos anuais de geração dos Sistemas Isolados, ou seja, áreas não integradas ao Sistema Interligado Nacional (SIN), localizadas principalmente na região Norte do país.
Outros custos
Além dos custos de energia, também deve ser considerado o seguinte:
- os custos das perdas não técnicas e percentagem de receitas irrecuperáveis;
- custos operacionais e prorrogação do período de sobrecontratação involuntária da concessionária, que é o montante dos contratos de energia além da demanda das distribuidoras para atender seus consumidores.
Segundo o deputado Amom Mandel (Cidadania-AM), autor da proposta, a situação de insolvência financeira e baixa qualidade de serviço no Amazonas ocorre há muitos anos, e a mudança de controle ocorrida em 2019 não foi bem-sucedida.
Saldo de concessão
Os parâmetros estabelecidos pelo projeto somente serão válidos caso não haja previsão de pagamento de investimentos realizados e não amortizados aos atuais acionistas.
Mandel afirmou que é importante separar os conceitos de equilíbrio entre concessão e concessionário. “O que merece ser ajustado são os parâmetros de concessão, de modo a permitir uma nova gestão, mais eficiente e capaz, na área abrangida pelo contrato de concessão.”
Argumentou que o projeto evita o risco de adaptação regulatória que leve a aumentos tarifários em benefício exclusivo dos acionistas ou credores da atual concessionária, sem compensação em termos de desempenho operacional.
Próximas etapas
A proposta será analisada em caráter conclusivo pelas comissões da Amazônia e dos Povos Originais e Tradicionais; de Minas e Energia; Finanças e Fiscalidade; e Constituição e Justiça e Cidadania.
Para virar lei, o texto terá que ser aprovado pela Câmara e pelo Senado.
Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Natalia Doederlein
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