Conselheiros tutelares denunciam precariedade no trabalho e no atendimento a crianças e adolescentes – Notícias

Conselheiros tutelares denunciam precariedade no trabalho e no atendimento a crianças e adolescentes – Notícias


10/03/2024 – 19h04

Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Reunião da Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial

Sobrecarga e falta de estrutura no trabalho, baixos salários e problemas de saúde são algumas das reclamações de cerca de 30 mil conselheiros tutelares em todo o país. A situação foi denunciada nesta quinta-feira (3) em audiência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados sobre a Política de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente.

A coordenadora geral de fortalecimento do Sistema de Garantia de Direitos do Ministério dos Direitos Humanos, Cleyse Silva, admitiu a precariedade presente na maioria dos 6 mil conselhos tutelares.

“Ainda existe uma realidade de desrespeito ao papel do conselheiro tutelar enquanto autoridade, da desqualificação do seu papel e das suas atribuições e da questão das infraestruturas e das condições de trabalho, que não são as mais adequadas”, apontou.

Gustavo Camargos, da Associação dos Conselheiros Tutelares do Distrito Federal (ACT-DF), citou defasagem de 11 conselhos nas regiões administrativas e cerca de 220 trabalhadores doentes mentais devido à carga horária próxima de 50 horas semanais.

“São dez horas diárias com presença mínima de pelo menos dois conselheiros, levando em consideração que, em um desses dias, será realizada reunião do colegiado. Além disso, temos um aviso que começa às 18h nos dias de semana e termina às 8h do outro dia: 14 horas por dia. E também tem fim de semana”, explicou.

Emergências
Segundo Gustavo Camargos, a sobrecarga prejudica a atuação diante de questões complexas que envolvem a violação dos direitos das crianças, deixando os conselheiros mais focados nos casos individuais do que na busca de soluções coletivas capazes de mudar a realidade das comunidades.

A conselheira tutelar Irene Bezerra citou a situação que enfrenta em uma área de vulnerabilidade social e violência urbana na Cidade Estrutural, em Brasília.

“Só são atendidos os casos mais urgentes. Hoje temos a comunidade Santa Luzia, onde vivem 16 famílias em situação de extrema vulnerabilidade, sem água, sem dignidade e com alto índice de evasão escolar. Os casos que atendemos na Estrutural são absurdos. Convivemos com o sofrimento daquelas famílias e com a ausência do Estado ali”, disse.

O papel do Conselho Tutelar
O Conselho Tutelar é um órgão permanente e autônomo que busca cumprir os direitos previstos no Estatuto da Criança e do Adolescenteem vigor desde 1990 (ver infográfico abaixo). É composto por cinco vereadores escolhidos pela população para um mandato de quatro anos. Cada município deverá ter pelo menos um conselho, que poderá atuar em parceria com escolas, organizações sociais e serviços públicos. Mesmo 34 anos após a criação do órgão, as suas responsabilidades ainda se confundem com as da Justiça, da polícia ou da assistência social.

A procuradora do Distrito Federal, Luisa de Marillac dos Passos, esclareceu o que chama de “papel central” dos conselhos. “A minoria dos casos de violação de direitos vai para a Justiça, que vai tratar de afastamentos familiares e de questões que devem ser extraordinárias. O conselho tutelar trabalhará com a aplicação de medidas administrativas cotidianas para fortalecer essas famílias e fortalecer as crianças e adolescentes de sua comunidade”, explicou.

O Ministério dos Direitos Humanos relatou foco na formação continuada por meio da implantação de Escolas Municipais em todos os estados: dez já estão em funcionamento e outras seis deverão ser inauguradas até o final do ano. O Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) defendeu o fortalecimento dos conselhos, inclusive nas comunidades indígenas e quilombolas e também nas áreas rurais. Loiselene da Trindade, da Emater-DF, concordou.

“As áreas rurais têm crianças. E há situações desconcertantes e situações críticas de violência que precisamos discutir. E ouso dizer que o Conselho Tutelar tem papel fundamental”.

Organizadora do debate, a deputada Erika Kokay (PT-DF) defendeu ajustes no Sistema de Informação da Criança e do Adolescente (Sipia), que reúne dados nacionais sobre garantia e defesa dos direitos das crianças.

“O Sipia vai identificar o perfil de violação de direitos de cada município. Esse é um instrumento absolutamente fundamental para você construir políticas públicas”, afirmou.

O representante do governo do Distrito Federal, Diego Santos, citou o aplicativo “Proteger é Nosso Dever”, semelhante ao “botão do pânico”, para atendimento e apoio aos trabalhadores dos 44 Conselhos Tutelares da capital.

Relatório – José Carlos Oliveira
Edição – Ana Chalub



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