Campanha afeta avaliação dos governos de Fuad, Zema e Lula

O período eleitoral coloca o debate político no centro da esfera pública e, com isso, a avaliação das atuais gestões municipais, estaduais e federais acaba sujeita a variações significativas. Esse é o cenário apontado por pesquisa realizada pelo Instituto Opus sob demanda do Estado de Minas. A pesquisa foi realizada em campo entre os dias 25 e 27 de setembro e, além de perguntar aos eleitores sobre suas intenções de voto, pediu análises sobre o governo de Fuad Noman (PSD) em Belo Horizonte; Romeu Zema (Novo) em Minas Gerais; e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Brasil. A pesquisa do Instituto Opus entrevistou 800 eleitores de Belo Horizonte entre os dias 25 e 27 de setembro. O intervalo de confiança da pesquisa é de 95%, com margem de erro de mais ou menos 3,5 pontos percentuais. O estudo foi registrado na Justiça Eleitoral sob protocolo MG-05372/2024.

Na capital mineira, a gestão do atual prefeito e candidato à reeleição Fuad Noman foi considerada regular por 39% dos entrevistados, excelente ou boa por 34%; ruim ou muito ruim em 18%. Outros 9% não responderam à pergunta. A única variação além da margem de erro, calculada em 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos, em relação à pesquisa Opus/EM realizada entre 13 e 15 de agosto, foi a de quem considera o governo de Fuad ruim ou péssimo, que caiu de 23% para 18%. O índice dos que consideram a gestão regular cresceu de 38% para 39% e dos que a avaliam como excelente ou boa passou de 31% para 34%.

No mesmo período, a avaliação da gestão de Zema à frente do Estado como excelente ou boa passou de 29% para 36%; como regular, de 31% para 34%; e ruim ou muito ruim caiu de 29% para 27%. O percentual de quem não soube responder à questão caiu de 11% para 3%. No nível federal, a avaliação do governo Lula como ruim ou péssimo passou de 40% para 45%; como regular caiu de 28% para 23%; e a classificação como excelente ou bom passou de 21% para 30%. Em agosto, 11% não souberam responder à pergunta e, em setembro, essa taxa foi de 2%. Todas as variações na atuação do petista ocorreram além da margem de erro.

Para o diretor do Instituto Opus, Matheus Dias, a campanha eleitoral coloca o cenário político sob uma lupa e a forma como interagem aliados e adversários de governantes em diferentes esferas acaba afetando a percepção de seus patrocinadores ou antagonistas. “A campanha eleitoral tem o potencial de romper o distanciamento do eleitor comum das esferas de poder. Todo mundo passa a olhar com mais atenção e com muito mais critério o que está sendo feito em nível municipal, mas também em nível estadual e federal. É um funil de atenção em que os candidatos usarão a força de seus padrinhos políticos e discutirão a cidade com outros níveis de governo para tentar fortalecer suas teses eleitorais. Nesse cenário, há muitas críticas a Zema e Lula, mas também a outros candidatos que vão elogiar seu trabalho, por exemplo”, avalia.

PROBLEMA PRINCIPAL

A pesquisa Opus/Estado de Minas também questionou os eleitores de Belo Horizonte sobre o principal problema da capital mineira. As questões relacionadas à mobilidade foram destacadas por 32% dos entrevistados e permaneceram no topo da lista em relação à pesquisa realizada em agosto. Dentro do grande grupo de mobilidade, questões como transporte público foram citadas por 16% dos entrevistados; tráfego, em 13%; a própria mobilidade urbana e a conservação das ruas, em 2%. A saúde pública passou de 12% para 19% em um mês e se tornou o segundo grupo de problemas mais citados pelos eleitores. Em seguida vêm as questões relacionadas à segurança, com 12% das respostas; economia, com 8%, zeladoria e infraestrutura, com 7% cada; e educação, com 3%.