Ex-morador de uma ocupação na região de São Mateus, zona leste da cidade de São Paulo, entrou na Justiça contra candidato a prefeito Guilherme Boulos (PSOL). Ela pede indenização por ter sido exposta na propaganda eleitoral do deputado do PSOL sem dar autorização para uso da imagem. O autor da ação quer que os vídeos sejam excluídos do Instagram e do Facebook, além de 30 mil reais por danos morais.
“As fotos retratam o sofrimento do Autor em um momento de dor, humilhação e desespero em meio ao cenário de guerra vivido pelos policiais”, diz a ação enviada ao Fórum Regional de Itaquera do Tribunal de Justiça de São Paulo. O pedido de indenização diz que Boulos “aproveitou a fragilidade” do ex-morador da ocupação “para promover uma campanha política em benefício próprio, causando mais dor, tristeza e revolta” à mulher que pede indenização “já que começou reviver todo aquele pesadelo novamente, causando grande sofrimento emocional.”
O advogado afirma ainda que a ação foi ajuizada porque a conduta viola direitos de personalidade do cliente. A ação demonstra ainda que o autor da ação tentou entrar em contato com a assessoria do candidato e com o jurídico da campanha, além de pedir ajuda sobre o assunto a outro personagem da peça de propaganda política, que concedeu entrevista no vídeo publicado no redes sociais do psolist. .
Na propaganda eleitoral, Boulos explica o contexto de uma foto momentos antes de ser detido durante uma reintegração de posse em 2017. O candidato foi ao local como integrante do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), mesmo não tendo ligação com a ocupação em questão. ao movimento social. Segundo a propaganda eleitoral, foi uma mobilização realizada por moradores da região, que moravam no local há alguns anos em casas de madeira improvisadas.
“Fomos ajudar e tentar evitar o pior”, disse Boulos no vídeo. Diante de fotos, o candidato relembra o momento com dois ex-moradores. Eles relatam a ação policial para retirar milhares de pessoas que moravam no local, segundo a reportagem, há pelo menos quatro anos. “Fui detido porque apareci na negociação e já estavam a ver”, explicou o candidato.
VEJA entrou em contato com a campanha de Guilherme Boulos sobre a ação ajuizada no Tribunal de Justiça. O espaço permanece aberto para qualquer possível manifestação.
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