Por quase três décadas o comediante Will Ferrel57 anos, trabalhou com Andrew Steele, escritor de filmes e comédias Sábado à noite ao vivo. A amizade de longa data deles foi questionada em 2020, quando, por e-mail, Andrew a informou que faria a transição de gênero para assumir sua verdadeira identidade feminina, e passaria pelo apelido Harper Steele. Ferrell ficou chocado, mas deu as boas-vindas à amiga. Depois que a pandemia passasse, eles tiveram uma ideia: a dupla faria uma road trip, uma viagem de carro pelo Oeste e Sul dos Estados Unidos, com a missão de entender como seria a amizade deles e como Harper se adaptaria ao tipo de roteiro que ele adorava fazer quando ainda vivia como Andrew. A viagem envolveu a passagem por estados com políticas em grande parte transfóbicas, bares de beira de estrada com bandeiras de apoio a Donald Trump e estádios esportivos repletos de testosterona. A presença de Ferrell e das câmeras, é claro, ajudou a tornar a experiência mais palatável e segura para Harper – mas não impediu que ela e o comediante se tornassem alvos de comentários desagradáveis online. O resultado desta viagem de duas semanas é retratado no filme Will e Harperda Netflix, título já cotado para concorrer ao Oscar na categoria documentário.
Outras celebridades do gênero comédia americana aparecem no filme, como Tina Fey e Kristen Wiig. Mas é na relação entre os dois protagonistas que o documentário ganha força. Harper começou a transição por volta dos 60 anos – durante o filme ela tinha 61 anos. Ferrell nunca suspeitou do segredo de sua amiga – e não conhece ninguém tão próximo que tenha feito a transição na vida. Ele tem dúvidas genuínas. Ela tem perguntas mais simbólicas. Enquanto Ferrell está curioso sobre as cirurgias que sua amiga passou e pode ter feito, Harper quer entender quem ela é ao lado do comediante e o quanto ele realmente a vê como mulher.
A dinâmica é válida, apesar dos contratempos. No processo, Harper se coloca em uma posição desconfortável. Em um coluna esclarecedora no jornal britânico O GuardiãoA jornalista e escritora trans Veronica Esposito afirma que o filme é praticamente uma lição para pessoas cis —nome dado a quem se identifica com seu gênero biológico. O propósito educacional, entretanto, pode ser mais difícil do que parece para Harper. “Como alguém que dançou essa música com amigos cis, sinto a vulnerabilidade de Steele, assim como fico envergonhada pelas situações em que Ferrell a coloca”, escreve ela. Veronica, no entanto, também reconhece a dificuldade de ajustar relacionamentos após uma transição e o esforço de Ferrell. “A curiosidade de ambos os lados aparece no filme de forma problemática, mas também de forma satisfatória e emocionante em diferentes momentos.”
A capacidade de capturar uma enorme variedade de emoções é um combustível importante para a produção. Parceiros profissionais afiados, Will e Harper encontram humor em situações incomuns. Fazem piadas juvenis, às vezes politicamente incorretas, numa troca típica de quem compartilha anos de trabalho juntos. Ao mesmo tempo, conforme Harper se abre e Will percebe um mundo que ele não tinha ideia, lágrimas escorrem dentro e fora do palco. Às vezes, um tom educativo é necessário em um mundo que tenta esconder ou anular as pessoas trans — nesse sentido, Will e Harper É uma aula emocionante e também uma lição valiosa sobre laços humanos que não se rompem facilmente.
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