Responsável pela condução de processos que imponham multas administrativas a pessoas e empresas investigadas no Lavagem de carroo Tribunal de Contas da União (TCU) uma sucessão de erros jurídicos que desde o início da operação policial levaram à total impunidade no reembolso de valores por réus que participaram do esquema de corrupção.
O diagnóstico foi divulgado pelo ministro Benjamin Zymlerque fez uma espécie de inventário das condenações fictícias impostas pelo TCU. Desde a primeira pena por peculato e superfaturamento, nem um único centavo foi efetivamente pago pelos condenados.
Apesar dos números astronômicos nos despachos que determinam a devolução dos recursos, via de regra, os condenados levam seus casos à Justiça e aproveitam que, na esfera criminal, as investigações do petrolão caíram em descrédito e acabaram anuladas pelo os tribunais. Para o ministro, é visível o “desconforto” do tribunal ao concluir que os recursos públicos resultantes de sobrepreços, sobrepreços e desvios muito provavelmente nunca serão devolvidos.
“A grande verdade é que, no mundo real, o resultado de todo o nosso esforço na Lava-Jato é o seguinte: são 12,8 bilhões de reais em condenação, zero recuperação de crédito. Nada foi recuperado. Em termos de precisão absoluta, é zero. Para ser ainda mais sincero, a perspectiva de recuperação de crédito também tende a zero”, relatou o ministro.
“Certamente os indivíduos, mesmo tendo recebido propina, como sabemos, no âmbito dos processos Lava-Jato, não terão bens suficientes para cobrir bilhões de reais ou centenas de milhões de reais. Da mesma forma, algumas destas empresas ruíram a favor da Lava-Jato, outras estão a recuperar, mas em geral, tendo também assinado acordos de leniência e eventualmente tendo de arcar com os pagamentos efectuados no âmbito do acordo de leniência, irão provavelmente levará essas questões a tribunal”, acrescentou. “Esta decisão irá para os calendários.”
Defensor de acordos de delação premiada e acordos de leniência, Zymler diz que desde o início da Lava-Jato, além de tentar recuperar dinheiro ilícito, teve como objetivo denunciar a extensão do esquema de corrupção instalado na Petrobras. “Quando mencionei e trouxe à tona os primeiros casos da Lava-Jato na Justiça, disse que havia dois objetivos: um era contar a história, relatar o que havia acontecido. Isso será incorporado às narrativas de uma fase da história brasileira, mas eu tinha fortes dúvidas já no início que conseguiríamos cobrar esses valores elevados”, afirmou.
A mesa de negociação para renegociar os acordos de leniência das construtoras que faziam parte do chamado Clube do Bilhão, grupo de empresas que, em conluio com a Lava-Jato, fraudaram licitações, desviaram recursos e corromperam políticos e funcionários da Petrobras. Participam da proposta de conciliação as antigas Odebrecht, UTC Participações, OAS, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, entre outras.
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