Deputados e senadores de todo Brasil participam de ato contra Moraes em BH

Autoridades de todo o Brasil se reuniram neste domingo (29/9), na Praça da Liberdade, Região Centro-Sul, em Belo Horizonte, para manifestação em apoio ao impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) . Durante o evento, deputados, senadores e outros políticos criticaram o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), e defenderam a liberdade de imprensa, além de pedirem anistia para os presos no dia 8 de janeiro.

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O Estado de Minas conversou com alguns dos participantes do palco, que, em sua maioria, são apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Abaixo, destacamos as falas de alguns deles:

Deputado federal Eros Biondini (PL-MG)

“Cada um de nós tem uma responsabilidade para com o nosso povo e a nossa própria consciência. Se não participarmos, se não nos manifestarmos ou nos posicionarmos, nunca poderemos cobrar. O futuro está nas mãos de cada um de nós, como está escrito nas Sagradas Escrituras. Deus não nos deu um espírito de covardia, mas um espírito de coragem, autoridade e amor para transformar todas as coisas. Assim, a liberdade é o bem mais precioso que possuímos. Se não lutarmos por isso, não só a nossa liberdade será ameaçada, mas também a de muitas outras pessoas por nossa causa. Portanto, hoje é um dia para clamar pela nossa liberdade: liberdade em todas as suas formas, incluindo a liberdade de imprensa, a liberdade religiosa e a liberdade de expressão. É isso que queremos reivindicar para o nosso Brasil.”

Deputada estadual Chiara Biondini (PL-MG)

“Devemos lutar pelos nossos direitos e valores enquanto ainda temos oportunidade. Hoje, deputados de Belo Horizonte, de Minas Gerais e de todo o Brasil se reuniram para afirmar que a liberdade é um direito que precisamos reivindicar. A Legião de Moraes considera seu comportamento autoritário e arbitrário e não podemos permitir isso.”

Senador Magno Malta (PL-ES)

“Quando você enjaula um animal e não lhe dá água ou comida, ele quer sair. O Brasil está sob a influência desse consórcio maligno, que envolve o Superior Tribunal de Justiça, o Supremo Tribunal Federal, o presidente do Senado e figuras que representam os ideais comunistas. Esse consórcio também liga grupos como PCC, Comando Vermelho e MST, que pressionam o país. As pessoas estão sufocadas. Queremos liberdade, e ela só chegará a quem tiver coragem. Em nome da grande maioria deste país que não quer viver com o comunismo ou com a falta de liberdade, este evento é absolutamente importante. Sou senador, e não é pela imunidade parlamentar, mas pela busca por justiça. Queremos um Brasil que respeite a Constituição e seus valores. Exigimos que os princípios do sistema jurídico deste país estejam em vigor. É por isso que estamos nas ruas. Alexandre de Moraes violou a Constituição.”

Senador Cleitinho (Republicanos-MG)

“A ideia é levar essa manifestação para todas as capitais. Aqui em Belo Horizonte, que é a casa de Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, ele tem autonomia para colocar esse pedido de impeachment no plenário. O que estamos fazendo aqui é mostrar ao Pacheco que os presentes são seus eleitores e que ele precisa estar ciente disso. Estamos conversando com cada senador, pedindo respeito, reconhecendo que cada um tem seu mandato e independência. Precisamos levar essa mensagem para cada capital, para ganhar mais apoio ao impeachment do ministro Alexandre de Moraes.”

Marcel Van Hatten (Novo-RS)

“É fundamental que, na terra de Rodrigo Pacheco, ele sinta o clamor do povo brasileiro pelo andamento do processo de impeachment do ministro Alexandre Moraes. Esta é apenas a minha opinião inicial, pois os abusos de autoridade cometidos por ele não são exclusivos; outros ministros também agiram de forma semelhante e todos cobriram essas ações. Precisamos reequilibrar poderes, e a responsabilidade disso no Brasil, quando ministros do STF cometem crimes de responsabilidade, recai sobre o Senado da República. Minha posição é baseada em princípios. Independentemente de os alvos serem bolsonaristas ou, eventualmente, petistas, minha defesa é pela liberdade de expressão.

As pessoas deveriam poder dizer o que pensam. O que está acontecendo no Brasil é que mais de 20 milhões de brasileiros, incluindo a imprensa, estão sendo censurados, principalmente com a falta de acesso ao X. Isso é algo que só acontece em ditaduras como China, Coreia do Norte, Irã ou Venezuela. A censura não tem ideologia; embora possa atuar sob uma ideologia em determinados períodos, nunca é feito para combater mentiras ou notícias falsas. Pelo contrário, a primeira vítima é a verdade. E a vítima igualmente significativa deste processo, numa democracia, é a oposição política, que depende sempre da liberdade de expressão.

É claro que esta liberdade deve respeitar os limites já estabelecidos pela lei. No Brasil, existem dispositivos legais que tratam de crimes como calúnia, difamação e calúnia. Portanto, quando há censura à margem da lei e, ainda por cima, de forma completamente inconstitucional, estamos perante uma situação de falta de democracia e de estado de exceção.”

Deputado estadual Caporezzo (PL-MG)

“Esse movimento é fundamental porque queremos pressionar Rodrigo Pacheco, presidente do Senado e uma vergonha para Minas Gerais, para pautar o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes. Ele tem, de forma recorrente, rasgado nossa Constituição e violado vários pactos de direitos humanos dos quais o Brasil é signatário.”

Deputado federal Junio ​​Amaral (PL-MG) – candidato a prefeito de Contagem

“Olha, temos inúmeros problemas no Brasil, mas hoje abordamos o principal: a restrição da nossa liberdade. Quando falamos em liberdade, referimo-nos a diversas frentes. Um deles, sem dúvida, é exemplificado de forma negativa pelo senhor Alexandre de Moraes, com a omissão do senhor Rodrigo Pacheco, que, infelizmente, é mineiro e nos constrangeu em sua posição. É necessário restabelecer o equilíbrio de poderes para que possamos alcançar esta liberdade plena. E quando falamos de liberdade, referimo-nos à liberdade exercida de forma responsável.

O que ocorre hoje é um excesso de poder por parte dos ministros do Supremo, especialmente Alexandre de Moraes. Eu mesmo sou vítima de duas investigações, ações antidemocráticas e fake news, sem que ninguém aponte qualquer infração que cometi. Estou sendo alvo simplesmente porque sou adversário político de Alexandre de Moraes. Não podemos permitir que esta politização do Judiciário continue. E isso só pode acabar com as pessoas nas ruas, como estamos vendo aqui hoje.”

Deputada estadual Amanda Teixeira Dias (PL-MG)

“A importância deste momento é que o povo manifeste a sua vontade, que hoje é ter os seus direitos respeitados. Isto não acontece, pois a nossa liberdade de expressão está cada vez mais em risco. As pessoas têm medo de dar a sua opinião porque podem ser perseguidas apenas pelas suas opiniões. O povo tem o direito de se manifestar e mostrar às autoridades que a nossa vontade é pelo impeachment. De forma democrática e legal, o impeachment está previsto na Constituição e pode acontecer. Todos aqui querem que isso aconteça de forma legal e democrática.”