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A Editorial Sul
| 27 de setembro de 2024
Esta é a terceira vez que a discussão fica paralisada no Supremo.
Foto: Nelson Jr./SCO/STF
Esta é a terceira vez que a discussão fica paralisada no Supremo. (Foto: Nelson Jr./SCO/STF)
O ministro Kassio Nunes Marques pediu revisão (mais tempo para análise) e suspendeu nesta sexta-feira (27) o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) que debate a ampliação do foro privilegiado para políticos investigados na Corte. Esta é a terceira vez que a discussão fica paralisada no Supremo.
Já há maioria de votos para estabelecer que as investigações das autoridades devem continuar tramitando pelo STF mesmo após elas deixarem os cargos em que supostamente cometeram o crime. Pelas regras do Supremo, o pedido de revisão pode durar até 90 dias. Além de Nunes Marques, faltam os votos de Luiz Fux e Cármen Lúcia para a conclusão do julgamento.
Atualmente, se um político com foro no Supremo – como ministros, senadores e deputados – comete crime – como homicídio, roubo, sequestro – sem relação com seu cargo ou mandato, a investigação é feita na primeira instância da Justiça . Se o crime estiver relacionado ao mandato ou função, qualquer que seja o crime, como corrupção, o caso está no Supremo Tribunal Federal. Mas isso é apenas durante o mandato.
A maioria dos ministros votou pelo estabelecimento da seguinte tese:
“A prerrogativa de foro para julgar crimes cometidos no cargo e em razão das funções continua mesmo após a destituição do cargo, ainda que a investigação ou ação penal seja instaurada após cessado o seu exercício”.
Esse entendimento foi utilizado, por exemplo, pelo ministro André Mendonça para manter um inquérito no Supremo que investiga acusações de assédio sexual contra o ex-ministro Silvio Almeida. A PF enviou o pedido de abertura de investigação.
A mudança foi proposta pelo reitor, ministro Gilmar Mendes, relator de dois casos que investigam políticos:
O senador Zequinha Marinho (Podemos-PA) pediu para levar ao STF uma denúncia contra ele, que foi apresentada à Justiça Federal. A outra é uma investigação que a ex-senadora Rose de Freitas (MDB-ES) tenta encerrar, na qual é investigada por corrupção passiva, fraude em licitações, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A votação de Gilmar foi seguida por Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. Ministros do Supremo consideram que a regra atual, com casos saindo do STF e indo para tribunais inferiores, permite que os investigados utilizem recursos legais para arrastar os processos por anos.
Essa demora, em muitos casos, leva à prescrição – quando não há mais possibilidade de aplicação de punição. Com a mudança, os ministros acreditam que as investigações serão concluídas mais rapidamente. Os ministros André Mendonça e Luiz Edson Fachin discordaram e defenderam a manutenção da regra atual, portanto, entendem que a prerrogativa de foro por função termina com a saída da autoridade.
Para os ministros, o fim do exercício do cargo ou função priva a lógica que justifica a prerrogativa excepcional do foro privilegiado.
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Ministro Nunes Marques pede revisão e suspende julgamento do STF sobre ampliação do foro privilegiado para políticos
27/09/2024
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