Dezoito dias após nomeação, Lula dá posse a Macaé Evaristo como ministra dos Direitos Humanos

Dezoito dias após nomeação, Lula dá posse a Macaé Evaristo como ministra dos Direitos Humanos


Após demitir Silvio Almeida, Lula anunciou no dia 9 de setembro a escolha de Macaé, deputado estadual mineiro e militante do PT.

Foto: Ricardo Stuckert/PR

Após demitir Silvio Almeida, Lula anunciou no dia 9 de setembro a escolha de Macaé, deputado estadual em Minas Gerais e membro do PT. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva empossou nesta sexta-feira (27) Macaé Evaristo como ministro dos Direitos Humanos.

A inauguração, no Palácio do Planalto, ocorreu 18 dias após a nomeação de Macaé. Ela substituiu o jurista Silvio Almeida, demitido após denúncias de assédio sexual se tornarem públicas.

Entre as vítimas citadas está a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Almeida nega as acusações.

Anielle esteve presente na posse. Além dela, a escritora Conceição Evaristo, de quem Macaé é prima.

Após demitir Almeida, Lula anunciou no dia 9 de setembro a escolha de Macaé, deputado estadual em Minas Gerais e membro do PT.

O novo ministro, na época, afirmou que as denúncias de assédio no departamento devem ser investigadas com rigor e com “amplo direito de defesa”. Ela também defendeu o respeito à privacidade dos denunciantes.

Em três semanas no Ministério dos Direitos Humanos, Macaé trocou parte da equipe que estava na pasta e acompanhou Lula nas viagens.

Durante o discurso desta sexta-feira, Macaé afirmou acreditar que é vocação do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania cuidar da diversidade do país, contribuindo para uma vida digna de cada brasileiro.

“Tomo posse como ministra sabendo que minha maior credencial é ser uma professora absolutamente comum, mulher negra, professora, assistente social”, mencionou a nova ministra.

“Infelizmente, na nossa sociedade brasileira, muita gente tem a ideia de que direitos humanos são coisa de quem defende criminosos. Temos um desafio fundamental para construir a atuação desses ministérios. Precisamos entender a tensão entre a afirmação e a negação dos direitos humanos”, continuou Macaé.

Macaé destacou ainda que há uma “nova investida do capital” que aposta na segregação social, racial e ambiental para legitimar a opressão e o extermínio de milhões de pessoas.

O novo ministro

Macaé está afastada do cargo de deputada estadual pelo PT em Minas Gerais. Ela foi eleita em 2022 com mais de 50 mil votos. Anteriormente, ela foi vereadora em Belo Horizonte.

Professora, formada em serviço social, mestre e doutora em educação, Macaé foi a primeira mulher negra a ocupar os cargos de secretária municipal (2005 a 2012) de Belo Horizonte e secretária estadual (2015 a 2018) de Educação.

Macaé responde a uma ação por improbidade administrativa na Justiça de Minas Gerais, por suspeita de superfaturamento na compra de uniformes escolares quando era secretária em Belo Horizonte. Ela nega as acusações.

Macaé também esteve no governo federal durante o governo de Dilma Rousseff. Em 2013 e 2014, foi chefe da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação (MEC).

Ao longo de sua trajetória política e profissional, coordenou programas como a implantação das Escolas Indígenas, a Escola Integral em Minas Gerais, a Escola Integrada em BH e as cotas para ingresso de estudantes negros e indígenas de escolas públicas no ensino superior, quando foi no MEC.