Candidatas a vereadora recebem mais recursos do que os homens

Candidatas a vereadora recebem mais recursos do que os homens



Minoritária na disputa por uma vaga na Câmara Municipal de Belo Horizonte, as mulheres, até agora, receberam, em média, mais recursos para a campanha do que os homens. Representam 34,2% dos que disputam uma vaga, pouco acima da cota de 30% estabelecida pela legislação eleitoral. Juntos, eles receberam em média R$ 48,2 mil, contra R$ 30,7 mil dos homens. Mas isto não significa que haja uma distribuição igualitária de recursos para as campanhas das mulheres nem uma garantia de que serão eleitas, pois algumas concentram muitos recursos e outras nem um único cêntimo. Três mulheres estão entre as cinco principais arrecadadoras de fundos até agora.

É o caso da vereadora Marilda Portela (PL), que busca a reeleição e é responsável pela maior arrecadação, entre todos os candidatos, independente do gênero. Só ela arrecadou até agora R$ 860 mil para sua campanha. Desse total, R$ 830 mil vieram do PL, por meio do Fundo Especial de Financiamento de Campanhas (FEFC), e o restante de doação feita pelo deputado federal Lincoln Portela (PL), pastor evangélico com quem o vereador é casado. Marilda também é mãe do secretário de Defesa Social do governo Romeu Zema, Alê Portela (PL), deputado estadual licenciado.

É o caso também da outra candidata a vereadora do PL, a consultora eleitoral e advogada Juliana Galindo, que tem como padrinho o deputado federal Zé Vitor (PL). Ela tem a terceira maior arrecadação (R$ 580 mil, entre as cinco maiores, até o momento, entre todos os candidatos. Todos esses valores vieram da FEFC. Nas eleições de 2022, Juliana será eleita deputada estadual. Na quinta posição entre as cinco A maior arrecadação foi da vereadora Iza Lourença (Psol), com R$ 539,1 mil. A maior parte desses valores veio da FEFC e do Psol (R$ 501,4 mil candidatas, até o momento, 99 das 287 mulheres que disputam uma vaga na CMBH não têm). ainda recebeu um único cêntimo, o que representa mais de um terço dos pedidos (34,4%).

O levantamento feito pelo Estado de Minas leva em consideração todas as 838 inscrições para as 41 vagas disponíveis na Câmara Municipal da capital mineira. O perfil global inclui, portanto, as centenas de concorrentes que não receberam um único centavo pela campanha e também aqueles que se desviam completamente da média ao arrecadar recursos em centenas de milhares de reais. Para chegar a um valor mais fiel à realidade das campanhas padrão da capital mineira, foram retirados da conta os 25% que mais receberam dinheiro e os 25% que menos arrecadaram. Nesta seção, que representa o grosso das candidaturas, fica claro que o valor médio dos recursos enviados às campanhas femininas é de R$ 7,8 mil, ainda acima da média masculina, que é de R$ 6,7 mil neste cenário.

Do ponto de vista da representação, a notícia aparentemente animadora de que as candidatas recebem, em média, mais do que os candidatos do sexo masculino não resiste a uma análise mais aprofundada do facto. O fenômeno de transferências maiores, proporcionalmente, para as mulheres do que para os homens já foi detectado em outras eleições, mas não significou maior representatividade no parlamento, como explica Débora Thomé, doutora em ciência política pela Universidade Federal Fluminense e pós-doutoranda pesquisador do Centro de Política e Economia do Setor Público (Cepesp) da Fundação Getulio Vargas.

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A cientista política cita pesquisa realizada nas eleições de 2022 em que o cruzamento dos valores utilizados nas campanhas e os resultados das pesquisas mostraram que a destinação de mais dinheiro às mulheres não garantiu mais cadeiras na Câmara dos Deputados. Débora Thomé diz que o sistema de votação do Brasil permite que os partidos invistam em candidatos não competitivos para garantir que tenham votos que ajudem o partido a ganhar assentos, mas não o suficiente para que eles próprios possam competir pela vaga.

“A sugestão que temos é que eles estão investindo dinheiro em mulheres menos competitivas. Muito do dinheiro não vai para a mulher que tem chance de ganhar. Por um lado, é claro que o partido está interessado em obter o máximo de votos possível. Por outro lado, se o partido investir dinheiro numa mulher muito competitiva, os próprios homens do partido poderão ter de competir com ela pela vaga de acordo com a lógica do sistema proporcional de lista aberta. Se você investe muito dinheiro em uma mulher que tem chance, qual é o risco? Ela poderia aceitar o trabalho de um dos caras. O risco é ela ganhar os votos e a cadeira”, explica.

Coautora do livro “Candidatas: Os primeiros passos das mulheres na política no Brasil” (Editora FGV, 2024), Débora Tomé também comenta o fato de as mulheres representarem 34,2% do total de candidatas, pouco acima do limite legal de 30%. “Os partidos hoje não têm 50% de mulheres para formar suas listas de candidatos. Teriam que fazer uma busca ativa muito intensa, principalmente nas cidades do interior. O que percebemos até nas entrevistas que fizemos para o livro é que as mulheres já ajudam nas campanhas há muitos anos, sendo apoio ou apoio eleitoral. Eles preferem esse papel a serem eles próprios candidatos, pedindo voto e sendo atacados. Enquanto a lei determinar o percentual mínimo de 30%, estar acima dessa cota já é uma boa notícia”, analisa.



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