O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo decidiu na noite desta segunda-feira, 23, que as redes sociais de Pablo MarçalCandidato do PRTB a prefeito de São Paulo, deve permanecer suspenso. O Tribunal manteve a decisão liminar do juiz eleitoral Antonio Maria Patiño Zorz que suspendeu as contas de Marçal no Instagram, YouTube, TikTok, X e Discord por suspeita de uso indevido de redes sociais e abuso de poder económico.
A decisão de Zorz diz que o treinador promoveu um “desequilíbrio flagrante na disputa eleitoral” ao monetizar os seguidores para que pudessem realizar uma espécie de campeonato “cortante” dos discursos do candidato, fazendo com que o conteúdo viralizasse nas redes sociais. Marçal abriu outras contas nas redes sociais após a decisão judicial, mas ainda não obteve, nos novos perfis, o número de seguidores que tinha nas contas originais – o candidato do PRTB era o terceiro político com mais seguidores no Brasil, atrás apenas Jair Bolsonaro e Lula.
No Tribunal Regional Eleitoral, a liminar foi denunciada pelo desembargador Cláudio Langroiva Pereira, cujos votos foram acompanhados pelos desembargadores Cotrim Guimarães e Rogério Cury. Encinas Manfré abriu divergência considerando que a “medida poderá demonstrar desequilíbrio na pretensão em detrimento deste requerente [Marçal]”. O voto de Manfré foi apoiado por Regis de Castilho e Cláudia Bedotti. O presidente do TRE, Silmar Fernandes, desempate e manteve a decisão da primeira instância. “Não vi nenhum outro candidato desta megalópole praticar a conduta aqui destacada”, disse Fernandes.
A suspensão atende ao pedido do PSB de Tabata Amaral, que pede a apuração do pagamento de seguidores de Marçal para divulgar conteúdo do candidato do PRTB, e pede a revogação do registro da candidatura e a inelegibilidade por oito anos, caso a prática seja proibida pelo a legislação eleitoral. Amaral comentou a decisão de segunda instância proferida esta noite.
“A disputa para prefeito de São Paulo não é um vale-tudo ou uma brincadeira para gerar engajamento nas redes. E não deveria haver espaço para ilegalidade. O importante é que tenhamos uma eleição limpa. Quem descumprir as regras deve ser punido”, disse em nota o candidato do PSB às eleições paulistas.
A suspensão das redes de Marçal ocorreu no dia 24 de agosto. Por se tratar de uma decisão liminar, havia expectativa, por parte dos advogados do candidato, de que o caso fosse julgado na semana seguinte pelo plenário do TRE. A questão, porém, foi liberada para julgamento no último dia 15. Após o julgamento desta segunda-feira, a defesa de Marçal afirmou que irá recorrer aos tribunais superiores.
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