Governo federal calcula economia de R$ 400 milhões caso o horário de verão seja retomado

Governo federal calcula economia de R$ 400 milhões caso o horário de verão seja retomado


Horário de verão é alternativa para aproveitamento da geração de energia solar, reduzindo a necessidade de acionamento de termelétricas

Foto: Reprodução de TV

O horário de verão é uma alternativa para aproveitar a geração de energia solar, reduzindo a necessidade de acionamento de termelétricas. (Foto: Reprodução TV)

O CMSE (Comitê de Acompanhamento do Setor Elétrico) recomendou ao governo federal, na semana passada, a retomada do horário de verão neste ano. A medida poderá gerar uma economia de R$ 400 milhões entre outubro e fevereiro.

Segundo o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), que elaborou o estudo apresentado ao CMSE, o horário de verão pode reduzir a demanda máxima de energia elétrica em até 2,9%.

Especialistas apontam que a economia proporcionada pela medida também deve ajudar a reduzir custos para os consumidores, já que menos usinas termelétricas são acionadas.

O presidente da Frente Nacional de Consumidores de Energia e ex-diretor-geral do ONS, Luiz Eduardo Barata, afirmou que os consumidores deverão sentir redução de custos com a medida. Para Barata, o valor pode parecer insignificante comparado à quantidade de dinheiro que circula no setor elétrico, mas qualquer economia é bem-vinda.

O coordenador de estudos de mercado da consultoria Thymos Energia, Pedro Moro, estima que a economia de R$ 400 milhões citada pelo ONS equivale a algo entre 1% e 2% do custo da energia no Brasil no período de novembro a fevereiro.

O custo da geração de energia é suportado pelos consumidores. As termelétricas acionadas pelo ONS dentro da chamada “ordem de mérito” (que leva em conta custo e disponibilidade) são contratadas com distribuidoras e são remuneradas pela parcela correspondente ao valor da energia na conta de luz dos consumidores regulados (que compram do local do distribuidor).

As usinas acionadas fora da “ordem de mérito” (fora do cronograma normal, com custos mais elevados) são remuneradas pelos Encargos de Serviços do Sistema – pagos por todos os consumidores, regulados e gratuitos (empresas que escolhem seus fornecedores de energia).

Por que haveria poupança?

Desde a sua adoção, que passou a ser anual em 1985, o horário de verão tem como objetivo promover economia no consumo de energia, uma vez que as pessoas teriam mais tempo de luz natural.

Porém, devido à mudança de comportamento da sociedade, a medida deixou de ser eficaz. Até que, em 2019, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) suspendeu os relógios sendo adiantados em uma hora.

O horário de verão volta à tona em 2024 não pela sua eficácia na economia de energia, mas por ser uma alternativa de aproveitamento da geração de energia solar, reduzindo a necessidade de acionamento de termelétricas, mais caras e poluentes.