Ministério Público do Trabalho registra mais de 300 denúncias de assédio eleitoral no País

Ministério Público do Trabalho registra mais de 300 denúncias de assédio eleitoral no País


O assédio eleitoral é caracterizado como a prática de coerção, intimidação, ameaça, humilhação ou constrangimento associada a uma eleição eleitoral

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O assédio eleitoral é caracterizado como a prática de coerção, intimidação, ameaça, humilhação ou constrangimento associada a uma eleição eleitoral. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

Cerca de 320 denúncias de assédio eleitoral foram registradas desde o início da campanha para prefeitos e vereadores no país, segundo dados divulgados pelo Ministério Público do Trabalho.

O número supera em mais de quatro vezes o total registrado em 2022, quando foram registradas 68 reclamações no primeiro turno das eleições para presidente da República, governadores, deputados e senadores.

Apesar do maior número de casos no primeiro turno, o procurador-geral do Trabalho, José de Lima Ramos Pereira, não acredita que as atuais eleições municipais superem o total das eleições gerais de 2022, que, após o segundo turno, totalizaram 3 .6 mil reclamações.

“Temos o primeiro turno com mais reclamações, mas não acredito que o segundo turno terá a mesma velocidade do segundo turno da eleição anterior. O ambiente desse momento não existe, a polarização não vai aumentar”, avaliou o procurador.

Para ele, o que chamou a atenção nas eleições de 2022 foi o volume de casos e a forma explícita e documentada de assédio. “Tinham vídeos que eu assistia e dizia ‘não acredito que uma pessoa fez isso’. É um estudo de caso”, disse Pereira.

O assédio eleitoral caracteriza-se como a prática de coação, intimidação, ameaça, humilhação ou constrangimento associada a uma eleição eleitoral, com o objetivo de influenciar ou manipular o voto, o apoio, a orientação ou a manifestação política dos trabalhadores no local de trabalho ou em situações correlatas. para trabalhar.

Diferentes tipos de assédio foram elencados pelo MPT. Há ocorrências em todos os Estados, com exceção do Amapá. Bahia, São Paulo, Paraíba, Goiás e Minas Gerais lideram a lista de denúncias de assédio, com, respectivamente, 45, 40, 22, 20 e 19 casos.

Para o procurador, os números mostram que nessas regiões as paixões políticas são mais fortes e as disputas podem ser mais acirradas. “O assédio acontece muito devido à vulnerabilidade social”, acrescentou.