Nem tudo é facada | VEJA

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Campanhas emocionantes como a disputa pela Prefeitura de São Paulo este ano geram expectativas de grandes mudanças a cada debate, a cada reclamação e a cada pesquisa. É como se o eleitor estivesse assistindo a uma minissérie de TV em que cada episódio termina com uma surpresa para o público ficar atento. A penúltima reviravolta foi a cadeira do apresentador José Datena no treinador Pablo Marçal no debate de domingo da TV Cultura. A mais recente é a pesquisa Quaesto/TV Globo nesta quarta-feira, 18. A conclusão imediata dos números de Quaest — com Marçal variando de 23% a 20% e Datena oscilando de 8% a 10% — levou o bom senso a assumir que a cadeira ‘valia a pena’ e que o novo quadro consolida um limite à posição de Marçal. virulência. Parece lógico, mas as cabeças e os corações dos eleitores nem sempre se movem na velocidade de uma minissérie de TV.

No geral, a tomada de decisão eleitoral é o resultado de um processo e não de um evento único. Nesta eleição paulista, a opinião dos eleitores é extraída de séries de eventos, debates televisivos, que apresentaram Marçal ao grande público, e propagandas televisivas, em que adversários desconstruem a imagem do treinador.

Em julho, antes da série de debates, 44% dos eleitores paulistas ouvidos pela Quaest afirmaram não conhecer Marçal. Agora, 79% têm uma opinião sobre ele, em sua maioria negativa.

A ideia de um evento capaz de mudar o jogo ganhou força no mundo político com o ataque sofrido por Jair Bolsonaro quatro semanas antes do primeiro turno das eleições de 2018. Hoje é fácil dizer que o esfaqueamento desempenhou um papel fundamental no empurrão final de Bolsonaro, mas mesmo naquela altura os eleitores foram cautelosos.

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Dados inéditos de pesquisas telefônicas diárias realizadas pela Quaest em 2018 revelam que o ataque ocorreu num momento de fragilidade de Bolsonaro. Fortemente atacado pelas campanhas televisivas de seus adversários, Bolsonaro havia caído de 30% das intenções de voto em 30 de agosto para 20% em 6 de setembro, dia do ataque. Nos dias que se seguiram à tentativa de assassinato, ele começou a subir, mas lentamente. Uma semana depois do ataque, por exemplo, havia voltado para cerca de 30%, um número grande, mas ainda não definiu as eleições.

O dia 6 de Setembro foi como uma pedra atirada à água, com os seus efeitos a sentirem-se ao longo das semanas. Um mês depois, Bolsonaro obteve 46% dos votos no primeiro turno. O esfaqueamento foi fundamental porque (1) junto com a comoção do ataque, os ataques a Bolsonaro cessaram, (2) ele ganhou três vezes mais espaço na TV gratuita do que todos os seus adversários juntos e (3) sua sobrevivência reforçou a imagem do eleito por Deus no ambiente evangélico. Até o esfaqueamento foi um processo.

Nesta campanha paulista, as candidaturas do prefeito Ricardo Nunes e do deputado federal Guilherme Boulos apostam no processo, na consolidação de uma imagem entre seus eleitores mais fiéis. Sem tempo de TV, Marçal recorre a eventos esporádicos, como debates, para chamar a atenção.

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Com seis minutos e trinta segundos por dia na TV, Ricardo Nunes tem aproveitado seu tempo para (1) se apresentar como operário da construção civil na cidade, (2) vincular seu nome ao do governador Tarcísio de Freitas e (3) destruir o imagem de Marçal. Está funcionando. Desde o início dos programas de TV, o potencial de voto do prefeito aumentou de 41% para 50%, enquanto a rejeição de Marçal subiu de 35% para 45%. No dia 28 de agosto, apenas 26% afirmavam que Tarcísio votaria em Nunes. Hoje são 53%.

Aos dois minutos e 22 segundos, o deputado federal Guilherme Boulos se ocupa em vincular seu nome ao do presidente Lula. No dia 28 de agosto, 51% dos entrevistados sabiam que Lula apoia Boulos. Agora são 68%.

É cedo para afirmar categoricamente que o paulista acha que Marçal “mereceu” a agressão ou que há um cansaço em seu estilo de indignação por indignação. Somente mais pesquisas serão capazes de chegar a essas correlações. O tempo dos eleitores é mais lento do que a exigência da opinião pública por conclusões definitivas. Até porque, numa campanha que ultrapassa os limites do bom senso, cada semana pode gerar um fato novo que muda tudo.



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