SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Conteúdo de apoio influenciador Pablo Marçal (PRTB)candidato a prefeito de São Paulo, estão sendo promovidos por terceiros em plataformas de redes sociais, violando a legislação eleitoral. A lei prevê que apenas candidatos, partidos e coligações podem contratar e pagar para divulgar anúncios, que devem ser devidamente identificados.
Acompanhe nosso canal no WhatsApp e receba em primeira mão notícias relevantes para o seu dia
Levantamento feito pela reportagem com base na biblioteca de anúncios do Meta, conglomerado que reúne plataformas como Facebook, Instagram e WhatsApp, encontrou pelo menos 30 conteúdos favoráveis ao empresário, com menções diretas à sua candidatura, promovidos por terceiros desde o início do mês.
Em nota enviada à reportagem, a campanha de Marçal afirma ter controle apenas sobre as propagandas promovidas pelo próprio candidato, não se responsabilizando pelas ações de “supostos ‘apoiadores’”.
“Já identificamos uma série de manobras sujas disfarçadas de ‘apoio’ a Marçal para tentar atribuir todo tipo de irregularidades à nossa campanha”, diz o texto.
“Não temos tempo de TV, não temos recursos financeiros, não temos plataforma, mas temos o povo do nosso lado e isso está fazendo com que o povo desesperado recorra a todo tipo de artimanha para tentar trazer nós caímos. Mas eles já sabem que não haverá um segundo turno.”
Algumas propagandas dizem respeito à venda de bonés com a inicial “M” – a influenciadora tem usado o acessório em debates e em pautas de rua. Outros prometem entregar um kit de boné e camisa em troca do preenchimento de um “quiz”.
A pesquisa contém perguntas como “Qual a sua opinião sobre a suspensão das redes sociais de Pablo Marçal?”, “Você votará em Pablo Marçal?” e “Você acredita que haverá um segundo turno?”
Ao final, uma mensagem assinada pela “Equipe Pablo Marçal” reconhece a realização e direciona para um link para que o kit possa ser resgatado gratuitamente. A campanha do influenciador nega a autoria da mensagem e da propaganda.
A legislação eleitoral proíbe a criação, utilização ou distribuição pelas campanhas, ou com a sua autorização, de qualquer tipo de brinde que possa proporcionar vantagem ao eleitor.
Ao ser questionada sobre as medidas adotadas pela empresa para coibir propagandas que violam a lei eleitoral, a Meta afirma que não comentará o tema.
A reportagem encontrou dez conteúdos impulsionados, ainda nesta terça-feira (10), que redirecionam o usuário para o “quiz”. As páginas são apócrifas e três delas, “Adrielle da Paz Souza”, “Kit FazoM” e “Loja FAZ OM”, foram criadas nos últimos dias.
No final de agosto, a Justiça Eleitoral chegou a notificar Marçal por publicidade irregular, após ele anunciar o sorteio de um boné.
A advogada Ana Fuliaro, doutora pela USP e especialista em direito eleitoral, afirma que a punição para promoção por terceiros varia. Se for um caso isolado, o autor poderá ser advertido ou multado, e o conteúdo removido. “Mas, se conseguir verificar uma prática repetida, posso começar a falar em abuso de poder económico”, acrescenta.
Ou seja, caso o Tribunal identifique um conjunto de anúncios promovidos por terceiros a favor de determinado candidato, o mandato ou registo da candidatura poderá ser cassado.
“Independentemente de ele ter sido [o candidato] quem organizou ou não. Se você se depara com um abuso que desequilibra a eleição, perder o mandato é uma consequência lógica. Mas, se você não tiver responsabilidade direta, [o candidato] não se torna inelegível”, afirma.
O advogado afirma ainda que as plataformas que lucram com publicidade irregular devem cumprir o seu dever de fiscalização. Pela lei eleitoral, os usuários podem expressar suas preferências políticas, desde que não paguem para promover o conteúdo. “Não é uma questão de censura, é uma proibição legal”.
Entre os conteúdos positivos sobre Marçal, 20 versões do mesmo anúncio foram promovidas pela usuária do Facebook Eliete Almeida. “O sistema está tentando derrubar Pablo Marçal, assista ao vídeo e veja como ajudá-lo!”, diz a publicação.
O vídeo intercala imagens de Marçal com uma narração de voz genérica, parecendo ter sido produzida por inteligência artificial. A produção repercute o discurso de campanha do influenciador, afirmando que estão tentando silenciar sua voz porque ele ousou desafiar o sistema. “Agora ele precisa de nós, brasileiros, ao seu lado”, diz a gravação.
A peça diz ainda que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é inelegível, que o deputado federal Nikolas Ferreira (PL) ainda não tem idade para ser presidente e que, portanto, só Marçal pode salvar o Brasil. Para ajudar, o telespectador é orientado a adquirir o livro digital “Marçal, o novo mito” por R$ 28.
Ao clicar no link disponível na página, o usuário é direcionado a uma plataforma de vendas para adquirir o produto. Não está claro quem está lucrando com a venda do livro, nem mesmo se se trata de uma fraude.
A repórter enviou mensagem para Eliete Almeida, mas não obteve resposta.
Outros conteúdos são impulsionados por páginas com variações do nome de Marçal, como “pablo_marcal_vote_28”, “pablo_marcalm28cortes”, “faz_o_m_brasilia_df”, “pmcortesincriveis”, “pablomarcalsp001”, “pablo_marcal_ate_as_bolas” e “generaisporpablo”.
Em geral, as páginas divulgam anúncios com peças publicitárias da campanha, ou com os chamados cortes, vídeos curtos do influenciador com potencial de viralizar nas redes sociais. Hashtags como #pablo28, #fazom, #marçal28, #pablomarcalprefeito e #BrasilComMarçal acompanham o conteúdo.
Um desses anúncios, pago pelo utilizador “Soucorte”, afirma que Marçal serve com “coração e propósito” e tem “convicção e experiência”. “Quem você quer no comando? Alguém despreparado ou alguém que coloca a vida em risco pelo amor à pátria? Curta, compartilhe e comente se quiser ver São Paulo nas mãos de quem tem o preparo certo! Faça o M e lembre-se que o número mais importante é 28!”
Há também outros conteúdos que não fazem referências diretas à candidatura, mas que glorificam a trajetória do influenciador. É o caso de um anúncio promovido pela página “poderdopablomacal”, que diz que o empresário inspira as pessoas “a atingirem seus objetivos, superarem limitações e alcançarem a liberdade financeira”.
“Marçal também ganhou destaque ao compartilhar sua própria trajetória de vida, saindo de origens humildes para se tornar referência no mundo dos negócios e do marketing digital, sempre focando em estratégias práticas para gerar resultados”, diz o conteúdo patrocinado.
Segundo a advogada Ana Fuliaro, mesmo que não haja pedido expresso de voto, o conteúdo pode ser interpretado pela Justiça como propaganda irregular.
“Vai depender muito do discurso. Em momento eleitoral dificilmente terá essa conotação”, afirma. “Se ele fala das suas qualidades de gestão, dos valores que defende, vejo a propaganda da mesma forma. [Marçal] coloca todo o seu desempenho para avaliação. Qualquer aspecto de sua vida pode ajudar a campanha.”
A maior parte das propagandas com o nome de Marçal gira em torno da indústria de corte, o que garante amplo engajamento do influenciador nas redes.
O empresário costumava promover competições e remunerar os criadores dos vídeos com maior engajamento. Ele diz que deixou de realizar premiações durante a campanha, mas as plataformas continuam monetizando os cortes com maior visualização.
São centenas de criadores de conteúdo vendendo cursos para ensinar outras pessoas a produzir os vídeos do Marçal, ou até mesmo vendendo pacotes com o conteúdo do influenciador que podem ser usados na produção dos cortes. O empresário já afirmou que se beneficia muito com esse setor, podendo reduzir seus gastos com tráfego pago.
emprestimo do inss
empréstimo para consignados
simular um empréstimo consignado
simular empréstimo picpay
simular emprestimo picpay
como fazer emprestimo no picpay
emprestimo consignado no inss
blue emprestimo
simulação empréstimo picpay
emprestimo consignado simulação
inss empréstimos