Bolsonaro resiste a marcar data para embarcar na campanha de Nunes em SP

Bolsonaro resiste a marcar data para embarcar na campanha de Nunes em SP



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em meio à divisão à direita entre Pablo Marçal (PRTB) e Ricardo Nunes (MDB), com acenos de Jair Bolsonaro (PL) para ambos, o ex-presidente reafirmou o compromisso com a reeleição do prefeito, mas resiste em definir quando e como participará da campanha emedebista. Não está descartado que isso só aconteça num possível segundo turno.

Políticos Bolsonaristas que estiveram com Bolsonaro em Registro (SP), nesta terça-feira (10), afirmam que o ex-presidente criticou Marçal, apontando que o influenciador aproveitou o ato do dia 7 de setembro, para o qual chegou atrasado, e afirmando que pesam um série de suspeitas sobre ele.

No domingo (8), Bolsonaro já havia compartilhado no Telegram um texto em que elogiava Nunes pela “conduta exemplar” no ato e criticava Marçal, que, segundo ele, queria “fazer palanque em detrimento do trabalho”. e risco de outros”.

Bolsonaro foi a Registro para participar de eventos de campanha de seu irmão Renato Bolsonaro (PL), candidato à prefeitura. Também na moto e no comício estavam o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o candidato a vice na chapa de Nunes, Ricardo Mello Araújo (PL), que têm feito a ponte entre a campanha do prefeito e o ex-presidente.

A reunião também teve como objetivo ajustar a participação de Bolsonaro na campanha de Nunes, tendo em vista que o prefeito e o governador já afirmaram que o ex-presidente deve gravar propagandas e participar de agendas públicas.

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Mas, segundo pessoas ouvidas pela reportagem, aliados de Nunes voltaram sem data definida para Bolsonaro atuar na campanha do MDB.

O acordo, segundo relatos, é que o ex-presidente possa ser acionado posteriormente, se necessário, já que, por enquanto, Nunes segue na liderança, embora empatado com Marçal e Guilherme Boulos (PSOL).

Como mostrou a Folha de S.Paulo, a campanha de Nunes resiste à mudança de estratégia por causa de Marçal e ganhou fôlego com a oscilação positiva do último Datafolha.

É a segunda vez que Tarcísio e Mello, emissários de Nunes, se propõem a agendar ações com Bolsonaro para a campanha à prefeitura, mas sem sucesso. Quando o ex-presidente esteve na capital paulista para o evento do dia 7 de setembro, eles estavam juntos, mas não houve tempo para conversar sobre o assunto, segundo políticos que acompanharam a comitiva.

A questão é que Bolsonaro tem viagens programadas ao longo do mês e até o primeiro turno, no dia 6 de outubro, para Rio Grande do Sul, Maranhão, Santa Catarina, Rondônia, Amazonas, Espírito Santo e Rio de Janeiro – o que alimentou especulações de que Nunes campanha durará apenas até o segundo turno.

Nesta terça, Nunes falou sobre a possível entrada de Bolsonaro na campanha.

“Ele [Bolsonaro] Está no Registro hoje. O coronel Mello Araújo, que é meu candidato a vice-presidente, está lá com ele e me pediu para ir, para ele ajustar esse assunto na pauta. Agora, o ideal, segundo o coordenador da campanha, é realmente ter uma presença um pouco mais intensa no final. Como faltam 26 dias, talvez nos últimos 15 dias, mas estão ajustando a questão da agenda”, afirmou.

O cenário, portanto, é o já descrito por Bolsonaro, quando disse em entrevista na semana passada que era “cedo” aderir à campanha de Nunes, e pelo prefeito, que disse no Roda Viva, nesta segunda (9), que marcará encontros com o ex-presidente enquanto sua agenda permitir.

“Eu até conversei com ele [Bolsonaro]que disse “não, Ricardo, temos que fazer isso depois, que é onde a campanha vai ser mais quente?”, relatou Nunes no programa.

Apesar das declarações do governador e do prefeito de que Bolsonaro efetivamente pedirá votos para Nunes em algum momento, os estrategistas de campanha dizem não saber se isso acontecerá ou se será no primeiro ou no segundo turno.

A ideia é pedir que Bolsonaro grave uma aparição caso a campanha decida levar ao ar uma matéria que fale sobre o acordo entre o ex-presidente e Nunes, assinado em 2022, que extinguiu a dívida da prefeitura com o Sindicato em troca do Campo de Marte .

A aparição de Bolsonaro na campanha de Nunes ganhou importância dado o comportamento duvidoso do ex-presidente em relação a Marçal. A família Bolsonaro até abriu fogo contra o influenciador, mas recuou diante das críticas de apoiadores de Bolsonaro, que têm apoiado o candidato do PRTB apesar do ex-presidente. Segundo o Datafolha do dia 5, Marçal foi escolhido por 50% dos apoiadores de Bolsonaro ante 28% de Nunes.

A história do apoio de Bolsonaro a Nunes é marcada por resistências de ambos os lados. O ex-presidente não esconde que preferia um verdadeiro candidato de Bolsonaro – e seus eleitores não veem o prefeito como um nome comprometido com ideais conservadores.



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