Inflação fica em -0,02% em agosto no Brasil, o primeiro resultado negativo desde junho de 2023

Inflação fica em -0,02% em agosto no Brasil, o primeiro resultado negativo desde junho de 2023


Foram observadas quedas nos preços da batata-inglesa (-19,04%), do tomate (-16,89%) e da cebola (-16,85%)

Foto: Helena Pontes/IBGE

Foram observadas quedas nos preços da batata-inglesa (-19,04%), do tomate (-16,89%) e da cebola (-16,85%). (Foto: Helena Pontes/IBGE)

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial do país, foi de -0,02% em agosto, queda de 0,40 ponto percentual em relação ao mês anterior (0,38%). Esta é a primeira taxa negativa desde junho de 2023, quando o índice registrou queda de 0,08%.

O resultado foi influenciado pela queda em habitação (-0,51%), acompanhando redução nos preços de energia elétrica residencial (-2,77%) e alimentação e bebidas (-0,44%), com a segunda queda consecutiva na alimentação no domicílio ( -0,73%).

No ano, a inflação acumulada é de 2,85% e, nos últimos 12 meses, de 4,24%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O gerente da pesquisa, André Almeida, destacou a mudança na bandeira tarifária de energia elétrica como fator preponderante para explicar a queda no grupo habitacional. “A principal influência veio da energia elétrica residencial, com o retorno à bandeira tarifária verde em agosto, onde não há cobrança adicional na conta de luz, após a mudança para a bandeira amarela em julho”, explicou.

No grupo alimentação e bebidas (-0,44%), alimentação no domicílio (-0,73%) registrou a segunda queda consecutiva, após cair 1,51% em julho. Foram observadas quedas nos preços da batata-inglesa (-19,04%), do tomate (-16,89%) e da cebola (-16,85%). Na alta, os destaques ficam com o mamão (17,58%), a banana prata (11,37%) e o café moído (3,70%).

A alimentação fora do domicílio (0,33%) teve variação inferior à registrada no mês anterior (0,39%). O subitem lanche desacelerou de 0,74% em julho para 0,11% em agosto, enquanto refeições acelerou de 0,24% para 0,44%.

O grupo transportes (0%) registou estabilidade, em grande parte devido a movimentos de preços em sentidos opostos nas suas principais subitens. Em relação aos combustíveis (0,61%), o gás veicular (4,10%), a gasolina (0,67%) e o óleo diesel (0,37%) apresentaram altas, enquanto o etanol caiu 0,18%. Além disso, as passagens aéreas registraram queda nos preços (-4,93%).

Porto Alegre

Regionalmente, sete locais pesquisados ​​apresentaram resultados positivos e oito negativos. A maior variação foi de 0,18%, em Porto Alegre, influenciada pelo aumento das passagens aéreas no RS (21,59%). O menor foi de -0,54% em São Luís (MA), devido às quedas na energia elétrica residencial (-4,52%).