09/09/2024 – 20:23
• Atualizado em 09/09/2024 – 20h45
Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Guimarães: Fim da isenção teve amplo apoio no Senado
A Câmara dos Deputados aprovou o urgência para o Projeto de Lei 1.847/24 do Senado, que propõe transição de três anos para o fim da desoneração da folha de pagamento em 17 setores da economia e para a alíquota integral do INSS em municípios com até 156 mil habitantes.
O texto surgiu após o Supremo Tribunal Federal (STF) considerar o Lei 14.784/23que estendeu a isenção até 2027, por falta de indicação de recursos para apoiar a redução da receita. Posteriormente foi alcançado um acordo para manter as taxas para 2024 e buscar fontes de financiamento para os anos seguintes.
A deputada Adriana Ventura (Novo-SP) lamentou o risco de aumento da carga tributária com a retomada gradual dos impostos sobre a folha de pagamento. “O Estado tem que propor mudanças regulatórias que reduzam os gastos públicos”, argumentou. Adriana também alertou para a possibilidade de a União se apropriar de saldos esquecidos nos bancos.
O deputado Jorge Solla (PT-BA) defendeu a aprovação da proposta. “A remuneração progressiva foi negociada e garante fôlego para que o Estado brasileiro não perca a capacidade de investir recursos em políticas que façam a diferença na vida das pessoas”, declarou.
O líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), lembrou que a proposta teve amplo apoio no Senado. “O assunto é importante para municípios e empresas que se beneficiaram da isenção”, declarou.
Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Adriana Ventura defendeu descentralização de recursos
Dívida do Estado
O Plenário aprovou o regime de urgência também para o Projeto de Lei Complementar 121/24, do Senado, que institui o Programa de Pagamento Integral das Dívidas dos Estados (Propag), destinado a promover a revisão dos prazos das dívidas dos estados e do Distrito Federal. com a União.
Entre os pontos favoráveis do projeto, a deputada Adriana Ventura destacou o aumento de recursos para os estados. “O dinheiro tem que ficar no município, no estado, totalmente descentralizado”, argumentou. Contudo, ela alertou para o risco de a proposta também produzir efeitos indesejáveis. “Isso poderia criar um incentivo perverso para que estados menos disciplinados aumentassem seus gastos.”
O líder do governo, deputado José Guimarães, observou que os estados governados por deputados da oposição também seriam beneficiados. “São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro e Minas Gerais são os grandes devedores que agora têm uma solução para renegociar suas dívidas com a União”, afirmou. “Eles terão 30 anos para amortizar e pagar essas dívidas e muitos de seus bens poderão ser federalizados.”
O deputado Jorge Solla alertou que, caso o projeto não seja aprovado a tempo, municípios menores poderão ficar sem capacidade de arrecadação.
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Reportagem – Eduardo Piovesan
Edição – Georgia Moraes
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