Uma menina de 9 anos teve parte do couro cabeludo arrancado enquanto brincava em um playground público da cidade de Santa Maria, no Distrito Federal, por volta das 20h40 desta terça-feira (9/3). Após o acidente, a menina foi levada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ao hospital local, mas, por falta de especialistas presentes, foi encaminhada ao Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), onde está sendo atendida. .
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Como medida de segurança após o incidente, a Administração de Santa Maria determinou a retirada das maquetes de todos os parques públicos da cidade. Os dispositivos foram introduzidos recentemente com o objetivo de incluir pessoas com deficiência. A vítima teria o cabelo preso enquanto brincava com amigos, que ultrapassaram o limite de pessoas que o brinquedo suportava.
A menina saiu da sala de cirurgia no início da tarde e está sob acompanhamento médico e a mãe internada. No momento da publicação, ainda não foi possível entrar em contato com a família.
Segurança
As medidas tomadas pelas autoridades locais visando a segurança das crianças já puderam ser conferidas na manhã desta quarta-feira (9/4). Seis dos sete brinquedos para pessoas com deficiência foram retirados dos parques infantis onde estavam instalados, restando apenas o do acidente, que passará por perícia. Serão alvo de reavaliação para ver como podem oferecer o menor risco possível a quem os utiliza.
O administrador municipal, Josiel França, declarou que entrou em contato com a Polícia Civil com o objetivo de colaborar para que o caso seja investigado o mais rápido possível. Ele também garante a família da vítima. As outras três crianças da família, incluindo um bebê, estão sob os cuidados do Conselho Tutelar, que as levará ao interior de Goiás para ficarem com familiares enquanto a mãe e a tia da criança ficam aos cuidados da Assistência Social da Administração presente no HRAN.
“Entramos em contato com a empresa responsável e determinamos o fechamento de todos os parques infantis da cidade que possuem brinquedos PCD na noite de ontem. Esta manhã, os referidos brinquedos foram retirados dos parques infantis pela empresa responsável pela fabricação e instalação dos mesmos, como medida de precaução, evitando assim novos acidentes. O playground onde ocorreu o acidente foi fechado para possível perícia. Depois disso, o brinquedo também será recolhido”, explicou o administrador.
Susto
Dono de um bar em frente ao parque, Antônio da Silva relatou ter presenciado grande desespero após o ocorrido. A comoção o fez correr até o local, onde encontrou diversas pessoas tentando ajudar a menina. O homem de 55 anos disse às pessoas que esperassem por ajuda, o que demorou cerca de 15 minutos.
Ele reclamou da falta de fiscalização das crianças no momento do acidente, dizendo que deveria haver uma fiscalização maior por parte dos pais para evitar tamanha tragédia. O dono do bar afirmou que a menina, junto com amigos, havia ido ao bar pouco antes do incidente pedir água. Na época, ele diz que questionou a falta dos pais presentes para acompanhá-los.
“Foi muito horrível. É marcante, muito triste para a criança, porque ela ficará marcada para o resto da vida. O parque infantil foi bem recebido pela população, era uma exigência, uma exigência, porque aqui as crianças realmente não tinham brinquedos. Na verdade, esse brinquedo estava sendo instalado por toda a cidade. Não tenho nada contra o brinquedo em si, a questão é fiscalizar as crianças”, compartilha a moradora da região.
Revolta
Outra moradora da rua onde ocorreu o acidente, Rita Alves da Silva, de 80 anos, relatou que chegou com pressa ao ouvir barulho de gente tentando ajudar a menina, mas reclamou do comportamento das pessoas. “A mãe (da vítima) chegou e desmaiou. Cheguei mais perto para olhar e não aguentei. A cabeça da garota aqui e o sangue estava escorrendo. Aí o pessoal empilhou tudo, eu falei para eles irem embora e não ficarem muito abafados e deixarem os bombeiros fazerem o trabalho deles”, conta.
Ela também contesta o fato de o brinquedo ter sido limpo antes da realização do exame oficial, impedindo que o sangue ajudasse na investigação. Ela lamenta a brutalidade do acidente e diz que se emocionou com a imagem dos bombeiros levando a menina inconsciente e com a cabeça enfaixada para a ambulância.
A aposentada, que costuma levar o neto ao local, diz que gosta da ideia de parquinhos para evitar que os jovens passem o dia dentro de casa, mas admite que achou aquele brinquedo muito perigoso. Ela lembra que um caso semelhante já havia ocorrido em outro parque infantil da região. O primeiro acidente foi na QR 103, mas na época os ferimentos da vítima foram menos graves.
*Estagiária sob supervisão de Adriana Bernardes
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