Os candidatos a prefeito de Belo Horizonte (PBH) aproveitaram boa parte do horário eleitoral gratuito, que estreou nesta sexta-feira (30/8) nas emissoras de rádio e televisão, para se apresentarem ao eleitorado e também exibirem seus patrocinadores e promessas de campanha.
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Com mais tempo publicitário e campanha nas cores da bandeira brasileira, o candidato do PL, deputado estadual Bruno Engler, se apresentou como único representante da direita e também como aquele que defende a família e “nossa BH”, além de aparecendo ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), seu principal apoiador, que pediu votos para ele.
Engler também apresentou seu candidato a vice-prefeito, Coronel Cláudia (PL), e destacou a importância das mulheres que, nas eleições presidenciais de 2022, foram o segmento onde Bolsonaro mais foi rejeitado. Parte das inserções de Engler foram aproveitadas para convidar a população para o comício que o candidato fará com Bolsonaro no dia 5, em um estádio na zona sul da cidade. “Vamos resolver problemas antigos, fruto de uma política velha e atrasada”, afirmou o candidato, que se apresentou como um jovem com “energia” para mudar a política.
Desconhecido
O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), que disputa a reeleição, também apostou no período eleitoral, onde tem o segundo maior tempo entre os candidatos, para se apresentar ao eleitorado. Prefeito desde que Alexandre Kalil (Republicanos) renunciou, em abril de 2022, para concorrer ao governo de Minas, Fuad ainda é desconhecido da população da capital, segundo pesquisas.
Ao longo da hora, seu nome e posição foram repetidos diversas vezes. “Este homem que você talvez nunca tenha visto é Fuad. Você pode não tê-lo escolhido como prefeito, mas Fuad é o prefeito que escolheu trabalhar para você”, diz o locutor em um dos trechos do programa de televisão, também semelhante ao veiculado na rádio. O prefeito também apresentou suas conquistas à frente da PBH e afirmou que na campanha não criticará ninguém nem fará promessas que não serão cumpridas. “Só vou mostrar o meu trabalho e aí você decide se mereço o seu voto para continuar e terminar o que já comecei, espero que sim”, disse.
Abra seu coração
O candidato petista, deputado federal Rogério Correia, apresentou-se no rádio e na televisão como “o candidato de Lula”. “Ele é candidato do Lula e vai usar todo o conhecimento que tem em BH”, diz um locutor que também pede ao eleitorado que “abra o coração para Rogério”. Correia, que tem um minuto de 49 segundos, o terceiro maior tempo, contou a história da sua vida, de professor de matemática a parlamentar, e pediu ao eleitorado que abra o coração à sua candidatura. “Porque juntos podemos abraçar toda esta cidade e transformá-la no que queremos.”
Fama como lutador
O presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Gabriel Azevedo (MDB), que também disputa a eleição pela PBH, também se apresentou e aproveitou o momento para desferir golpes nos adversários. “Essa campanha está cheia de deputados querendo deixar o cargo para se tornar prefeito. O atual só assumiu porque o outro também saiu. Eu não estou. Fui eleito, reeleito e cumpri meus mandatos sem usar a nossa cidade como trampolim”, afirmou Azevedo.
Nos encartes, Azevedo se defendeu da fama de brigão e afirmou que os confrontos foram todos para defender os direitos da população. O candidato, que tem 1 minuto e sete segundos, também disse que pode fazer mais pela cidade, apenas se tornando prefeito. “Fiz tudo o que pude como vereador”, disse ele.
Ausência de Zema
O líder das pesquisas de intenção de voto, o deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos), que tem um dos menores tempos no período eleitoral, não apareceu ao lado de seus dois principais padrinhos, o governador Romeu Zema (Novo) e Kalil, mas destacou seu tempo como apresentador de televisão por seu jingle de campanha. “Passei 16 anos num programa de TV e conheço em primeira mão os problemas do nosso povo. Estamos montando o time mais técnico que BH já viu. Temos propostas para resolver verdadeiramente os grandes problemas da cidade. Estou preparado e vocês podem me cobrar, comigo BH voltará a funcionar”, afirmou o candidato.
Cartão do povo
Também com pouco tempo publicitário, apenas 27 segundos, o senador e candidato licenciado Carlos Viana (Podemos) utilizou em seu programa uma estética de estúdio de televisão, remetendo aos tempos em que trabalhou como jornalista em emissoras da capital mineira, para prometer o “cartão do povo”. “Vou dar o décimo terceiro para todo mundo que tem Bolsa-Família, pago pela prefeitura, e um auxílio de R$ 120 reais em cesta básica, com bônus, para comprar no comércio local, R$ 80 reais de farmácia liberada para quem precisa”, prometeu.
Sem sujar a cidade
Duda Salabert (PDT) também aproveitou seus 26 segundos para se apresentar e explicar aos eleitores por que, segundo ela, terá tão pouco tempo no horário de votação livre. “Embora muitos façam de tudo para garantir mais tempo de TV, nosso tempo aqui será curto. Você sabe por quê? Porque não aceitei vender a prefeitura em troca do apoio de meia dúzia de partidos que só se preocupam com cargos e dinheiro, não comigo”, afirmou o candidato. Eleita em 2022, a primeira deputada federal trans mineira, ela usou roupa rosa e azul no programa. Duda também explicou ao eleitor que não utilizará santos ou qualquer material gráfico na campanha para “não sujar a cidade”.
Regras do período eleitoral
Sete dos 10 candidatos da PBH cujos partidos têm representação na Câmara dos Deputados têm direito a espaço publicitário gratuito. É dividido em dois blocos diários de dez minutos, às 7h e às 12h na rádio, e às 13h e 20h30 na televisão, além de inserções que são exibidas ao longo do programa.
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