28/08/2024 – 18:49
Mário Agra/Câmara dos Deputados
Eduardo Bismarck recomendou aprovação da proposta
A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (28) o admissibilidade da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 14/21, que estabelece aposentadoria especial para agentes comunitários de saúde e agentes de endemias. A proposta foi considerada constitucional e compatível com o ordenamento jurídico vigente e agora será analisada, quanto ao seu mérito, por uma comissão especial.
A proposta foi apresentada pelo então deputado Dr. Leonardo (MT), e o parecer favorável vem do deputado Eduardo Bismarck.
A PEC cria o Sistema de Proteção e Valorização Social dos Agentes Comunitários de Saúde e de Combate às Endemias, integrado pela União, estados e municípios.
De acordo com a proposta, o sistema deveria tratar dos direitos de ambas as categorias; a regulamentação do vínculo empregatício com o gestor local do Sistema Único de Saúde (SUS); remuneração, aposentadoria e pensão; e a saúde e assistência dos profissionais.
Aposentadoria especial
A proposta estabelece ainda que terão direito a aposentadoria e pensão especiais o agente comunitário de saúde e o agente de controle de endemias que comprovarem 25 anos de exercício efetivo em funções de campo e em unidades de saúde de atenção básica ou de vigilância epidemiológica e ambiental em atividades relacionadas às suas funções. de forma plena e igual.
A União será responsável por fornecer assistência financeira adicional aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios, para cumprimento do salário mínimo dos agentes.
Caberá ao Tribunal de Contas da União (TCU) fiscalizar o cumprimento das condições de repasse financeiro da União para outros entes federados.
Contestar
Ainda de acordo com o texto aprovado, os gestores locais do SUS deverão admitir agentes por meio de concurso público.
Os profissionais que exerçam essas atividades em regime de vínculo empregatício temporário na data da promulgação da futura emenda constitucional deverão ser admitidos pelos gestores locais do SUS de acordo com o regime jurídico dos empregados do ente federado contratante com prestação em vigor, desde que visto que concluíram um concurso público após 14 de fevereiro de 2006.
Pela proposta, o gestor local do SUS poderá ser impedido de receber recursos da União até que seja comprovada a regularidade do emprego efetivo dos profissionais.
A votação da PEC na CCJ foi acompanhada por representantes profissionais. O deputado Helder Salomão (PT-ES) destacou o papel dos agentes na saúde dos brasileiros. “Eles estão na linha da frente, em cada território, dialogando com a população, garantindo que as pessoas possam ter as orientações necessárias para aceder aos serviços de saúde nas unidades espalhadas pelo nosso país”, disse.
A deputada Bia Kicis (PL-DF) também defendeu o texto. “É uma atividade fundamental. Em todos os lugares, nos rincões mais distantes deste país, existem agentes comunitários fazendo um trabalho que ajuda a levar saúde e conscientização à população. Então, realmente, essa é uma agenda muito importante que apoiamos”, argumentou.
O deputado Gilson Marques (Novo-SC) foi o único a se manifestar contra a PEC. “PMe preocupa muito o Congresso Nacional normatizar o município, ou seja, obrigar o município. Como municipalista, acredito que quem precisa criar as regras é o município”, afirmou.
Marques também manifestou preocupação com a necessidade de comprovar 25 anos de prática para se aposentar.
Próximas etapas
A admissibilidade é apenas o ponto de partida para a análise das PECs na Câmara. Agora, a proposta ainda precisa ser analisada por um comissão especial e pelo Plenário, em dois turnos de votação.
Reportagem – Paula Moraes
Edição – Natalia Doederlein
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