26/08/2024 – 15h03
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Os recentes cancelamentos de planos coletivos despertaram a necessidade de debate
A Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados cancelou a audiência pública que realizaria nesta terça-feira (27) sobre rescisões unilaterais de planos de saúde. O debate atendeu ao pedido dos deputados Leo Prates (PDT-BA), Eduardo da Fonte (PP-PE), Alice Portugal (PCdoB-BA) e Fernanda Pessoa (União Brasil-CE).
A reunião ainda não foi remarcada.
Em junho, representantes das pessoas com deficiência reunidos na Câmara pediram solução definitiva para os cancelamentos unilaterais, pelas operadoras, de planos de saúde para pessoas com deficiência e doenças graves.
Esses cancelamentos afetam os planos coletivos de saúde por meio da adesão, quando as contratações são feitas por sindicatos, associações e cooperativas para seus associados e dependentes. Isso porque os planos individuais ou familiares só poderão ser cancelados pela operadora caso haja fraude ou inadimplência.
“O direito da operadora de rescindir contratos e cancelar planos deve ter limites estabelecidos pela legislação”, afirma o deputado Leo Prates.
‘Falso plano coletivo’
“O grande problema que a ANS não está enfrentando de forma adequada é o chamado ‘falso plano coletivo’”, critica o deputado Eduardo da Fonte. “[Nesses casos]a operadora, em vez de celebrar um contrato com um consumidor individual, utiliza associações fictícias. Ele faz isso para ter maior liberdade de reajustar as mensalidades e poder cancelar o contrato unilateralmente.”
Nos planos coletivos de adesão, os reajustes não são regulamentados pela ANS. “E são ignoradas as proteções da Lei dos Planos de Saúde”, acrescenta o deputado.
Em 2009, a ANS aprovou uma nova resolução (Resolução Normativa 195/09) para coibir o falso plano coletivo e passou a exigir a comprovação do vínculo associativo. A medida, segundo Eduardo da Fonte, não foi suficiente.
“Primeiro, porque a norma que exige vínculo entre o contratante e a suposta associação só tem força executiva a partir da resolução de 2009”, lamenta. “Em segundo lugar, porque a resolução transfere a responsabilidade de monitorização do falso plano coletivo para as operadoras, que não têm interesse em coibir esta prática”, acrescenta.
Supervisão Legislativa
A deputada Alice Portugal exige acções do Parlamento. “É dever do Poder Legislativo zelar pelo cumprimento da legislação que rege o setor de saúde suplementar e defender os milhões de famílias que sofrem abusos constantes nos momentos em que mais precisam do apoio do plano de saúde pelo qual pagam mensalidades exorbitantes .”
A deputada Fernanda Pessoa quer esclarecimentos sobre os cancelamentos de planos de saúde de pessoas do espectro autista e com doenças raras.
Do Editor – ND
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