Nas suas conversas mais privadas, os dirigentes dos fundos de pensões mostram-se preocupados com a proposta discutida pelo governo, de incentivar estas instituições a investirem em projectos de infra-estruturas. Afinal, esses fundos, como alertou um diretor na semana passada, têm que aplicar seus recursos em projetos que “dêem retorno” e as obras do PAC não são exatamente algo que proporcione renda na forma de aplicações financeiras. Ninguém esquece que, nos governos anteriores de Lula e Dilma, esses investimentos acabaram sendo alvo de uma CPI. Portanto, embora alguns técnicos possam empurrar esse modelo com o estômago, muitos o farão.
Termômetro
O fim da votação do segundo projeto regulatório de reforma tributária, que trata desta semana da gestão e fiscalização do imposto sobre bens e serviços, tem sido tratado como um termômetro para conhecer o clima entre os Poderes. Se passar rapidamente é porque melhorou.
2026 e 2014
Observadores atentos e atores privilegiados da atuação governamental acreditam que as próximas eleições presidenciais serão semelhantes ao que ocorreu em 2014: o governo esticando seus centavos para chegar a outubro. É ainda pior agora, porque, dada a imposição de alterações, é difícil garantir recursos para alocar a projectos governamentais, como foi feito há 10 anos.
Marçal Fox
Ao participar do comício de Guilherme Boulos neste sábado em São Paulo, o presidente Lula foi incisivo ao defender que os paulistanos escolham pessoas ligadas à política. “Existem raposas por aí. No dia seguinte, não há raposa nem galinheiro.” Ele citou Jânio Quadros e Fernando Collor que fizeram campanha negando a política e não terminaram seus mandatos. Ele se referia ao candidato do PRTB, Pablo Marçal.
Falando em Marçal…
Nem mesmo quem ajudou na campanha de Pablo Marçal imaginou um rápido crescimento nas pesquisas. Afinal, dizem alguns, o projeto era apenas atrair o eleitorado de Jair Bolsonaro para que, em 2026, ele tentasse chegar à Presidência da República. Na verdade, ele repetiu o estilo de Bolsonaro na campanha de 2014. Desde chutes nos oponentes até ataques de motocicleta.
A acusação de Lula
Lula aproveitou sua presença em São Paulo para ordenar que seu partido participasse mais ativamente da campanha de Guilherme Boulos na cidade. Até agora, muitos trataram o deputado como candidato do Psol.
Em ambas as extremidades
Da mesma forma que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse que Ricardo Nunes facilitará a parceria entre governo e prefeitura, Lula reforça que Boulos terá um parceiro no governo federal para projetos nos mais diversos áreas.
E eu disse!
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, é direto ao ser questionado sobre a manifestação que os bolsonaristas pretendem realizar no feriado do 7 de Setembro a favor do impeachment de Alexandre de Moraes. “Se for para conscientizar, tudo bem, mas não adianta tentar me pressionar”, afirma.
O livro de Heráclito
Até o final do ano, a política nacional estará repleta das memórias do ex-senador e ex-deputado Heráclito Fortes. Ele está escrevendo “A Casa”. Com a capacidade de reter detalhes dos acontecimentos em que participou e observou, ninguém tem dúvidas de que será um sucesso. A casa do senador em Brasília foi palco de acordos e reuniões que marcaram a história do Brasil. Hoje ele mora em São Paulo.
Falando em livros…
O jornalista Marcelo Tognozzi lança seu livro “Ninguém segura esse monstro: manipular, mentir e polarizar”, dia 27, às 18h, na Livraria da Vila, no Brasília Shopping.
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