Comissão aprova proposta que cria núcleos de atendimento à mulher policial – Notícias

Comissão aprova proposta que cria núcleos de atendimento à mulher policial – Notícias


20/08/2024 – 14:58

Mário Agra/Câmara dos Deputados

Dayany Bittencourt, relatora da proposta na comissão

A Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados aprovou proposta que cria postos de atendimento para mulheres policiais em todos os órgãos que compõem o Sistema Único de Segurança Pública (Susp). O objetivo é prevenir e coibir a violência contra mulheres policiais no âmbito doméstico, familiar e no local de trabalho.

A medida está prevista no Projeto de Lei 1270/24, da deputada Antônia Lúcia (Republicanos-AC), aprovado por recomendação da relatora da comissão, deputada Dayany Bittencourt (União-CE).

A relatora observou que a violência doméstica afecta muitas mulheres, incluindo aquelas que trabalham nas forças de segurança, e a violência no trabalho é um problema diário.

Os centros propostos, na opinião de Dayany, serão um espaço seguro onde os policiais poderão buscar ajuda sem medo de represálias ou julgamentos. “Este apoio é essencial para que as vítimas possam quebrar o ciclo de violência e procurar soluções para as suas situações.”

De acordo com a proposta, os centros serão constituídos nos seguintes órgãos:

– polícia federal;

– Polícia Rodoviária Federal;

– polícia civil;

– polícia militar;

– corpos de bombeiros militares;

– guardas municipais;

– órgãos do sistema penitenciário;

– institutos oficiais de criminalística, medicina legal e identificação;

– Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp);

– Secretarias estaduais de segurança pública ou similares;

– Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec);

– Secretaria Nacional de Política sobre Drogas (Senad);

– agentes de trânsito;

– guarda portuária;

– polícias legislativas estaduais e federais.

Composição
O Centro de Atendimento à Mulher Policial será composto por cinco funcionárias do próprio órgão fundador, preferencialmente do sexo feminino. Os pedidos de assistência poderão ser feitos através de qualquer meio de comunicação, de forma confidencial.

Está previsto apoio psicológico profissionalizado e assistência jurídica aos policiais vítimas de violência, bem como a aplicação de Lei Maria da Penha.

A proposição define violência doméstica e violência no trabalho contra mulheres policiais como qualquer ação ou omissão baseada no sexo que cause morte, lesão, doença, sofrimento físico, sexual ou psicológico e danos morais e patrimoniais, considerando as particularidades da profissão.

No trabalho, o assédio sexual ou moral por parte de superiores hierárquicos ou colegas de profissão do mesmo nível constitui violência.

Texto alterado
O projeto foi aprovado na forma de substituir que, entre outros pontos, ampliou as categorias de segurança abrangidas e fez ajustes para definir aspectos da violência contra mulheres policiais, de modo a incluir disposições do Código Penal.

Além disso, o substitutivo alinhou o conceito de família ao presente na Constituição, que reconhece como entidade familiar a união estável entre homem e mulher e também entende, como entidade familiar, a comunidade formada por qualquer um dos pais e seus descendentes.

Próximas etapas
O projeto está em andamento em caráter conclusivo e também será analisado pelas comissões de Defesa dos Direitos da Mulher; Finanças e Fiscalidade; e Constituição e Justiça e Cidadania. Para virar lei, a medida precisa ser aprovada por deputados e senadores.

Reportagem – Noeli Nobre
Edição – Georgia Moraes



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