A transição agroflorestal ganhará novo impulso nas áreas de produção de cacau do sul da Bahia, Brasil.
Lançado nesta terça-feira, o projeto CompensaAÇÃO utilizará Pagamentos por Serviços Ambientais, PSA, para garantir que a cadeia produtiva do cacau esteja livre de desmatamento.
Pequenos agricultores, quilombolas e assentados
A iniciativa é do Fundo Internacional das Nações Unidas para o Desenvolvimento Agrícola, FIDA, e da Organização para a Conservação da Terra, OCT, com apoio financeiro da Alemanha.
O projecto visa também melhorar a vida das famílias rurais, reduzindo a vulnerabilidade e aumentando a resiliência às alterações climáticas.
A expectativa é de participação de 1.600 famílias, sendo 50% delas pequenos agricultores familiares. Além disso, pelo menos 20% serão quilombolas e 30% serão assentados da reforma agrária. Do total de beneficiários, metade serão mulheres e 15% jovens.
O pagamento aos produtores pelos serviços ecossistémicos assumirá a forma de materiais de reflorestação e compensação monetária.
Ameaça de desmatamento
Esse processo visa aumentar a resiliência e os benefícios econômicos e, ao mesmo tempo, mitigar a degradação florestal e o desmatamento na região cacaueira do sul da Bahia.
Segundo o FIDA, isto envolve integrar as melhores práticas agroflorestais nas atividades agrícolas e enriquecer a diversidade de espécies florestais nas áreas de cultivo existentes.
A região produtora de cacau do Sul da Bahia pertence à Mata Atlântica, uma das áreas mais ameaçadas pelo desmatamento no mundo. Quase 88% da cobertura florestal original foi perdida e 24% das espécies nativas de animais e plantas estão em risco.
Incentivo à conservação
O diretor nacional do FIDA para o Brasil, Claus Reiner, destacou que a Compensação cobrirá o desenvolvimento e implementação do sistema PSA, entrelaçando princípios ecológicos que conservam a fertilidade do solo e restauram diversos serviços ecossistêmicos.
Segundo ele, as atividades serão ampliadas para apoiar as políticas municipais e regionais de PSA, “fortalecendo os acordos institucionais por meio de processos de governança participativa”.
A responsável pelos projetos do FIDA no Brasil, Cintia Guzmán, acrescentou que a geração de renda sustentável “reforça o incentivo para que as famílias continuem a realizar essas atividades e a conservar os recursos naturais”.
A compensação será o resultado de um investimento conjunto de 4,9 milhões de dólares do FIDA e da Alemanha.
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