A menina de 13 anos, vítima de estupro coletivo em Praia Grande (SP) após marcar um encontro com o namorado, conheceu o rapaz, um adolescente de 15 anos, pelo Instagram.
Ela teve um relacionamento com o adolescente no Instagram e acreditava que os dois estavam namorando. No momento do abuso, a vítima havia marcado um encontro com o namorado, que mandou um mototáxi buscá-la e levá-la até um endereço na Vila Sônia, para uma casa que ele havia “emprestado”, segundo informações do da Polícia Civil de São Paulo.
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O namorado da menina queria que ela ficasse com ele e outro garoto que ele conhecia. A garota negou o ménage à trois, mas foi ignorada. Segundo a delegada do caso, Lyvia Cristina Bonella, a adolescente se relacionou com um deles sob efeito de álcool.
Pouco depois, outros meninos chegaram à residência. A vítima foi estuprada por um grupo de oito pessoas, que a obrigou a beber mais álcool. A menina foi então levada para outro endereço ainda não identificado pela polícia, onde foi abusada por mais três pessoas.
A polícia ainda não sabe exatamente o número de pessoas que abusaram da menina, mas estima que tenham sido pelo menos entre 10 e 12 meninos. “Quando ela se viu naquele local com vários jovens, ela não teve condições de demonstrar qualquer reação ou fuga devido aos números desproporcionais. Então, por si só, já seria um estupro de uma pessoa vulnerável”, explicou o delegado em entrevista com Tribuna de TV.
O delegado reforçou a necessidade dos pais acompanharem a rotina dos filhos nas redes sociais. Bonella destacou que não é recomendado permitir que eles fiquem muito tempo online sem supervisão e destacou a necessidade de ficar atento às mudanças de comportamento. “[Os pais precisam] saber com quem esse adolescente mora, que tipo de amizades ele tem, estar presente na vida dele”, destacou.
ESTUPRO COLETIVO ACONTECEU EM JULHO
Na época, a menina estava desaparecida há dois dias e sua família chegou a registrar boletim de ocorrência. Após reaparecer, a vítima não contou aos pais sobre a violência sofrida. Seus pais tomaram conhecimento do crime porque o abuso foi filmado e compartilhado em grupos de mensagens.
Um conhecido da família da menina tomou conhecimento das imagens, reconheceu a vítima e relatou o caso aos pais. Os pais da adolescente procuraram então a Delegacia da Mulher de Praia Grande para prestar queixa, quando o caso começou a ser investigado.
A menina passou por escuta especializada na delegacia e relatou o ocorrido. Por se tratar de caso de estupro de vulnerável, o delegado não compartilhou detalhes do relato da vítima, mas classificou o episódio como um “ato animal”.
“Ela não tem capacidade de consentir no ato sexual, então quem pratica ato sexual com uma menina de 13 anos está cometendo estupro de pessoa vulnerável”, disse à TV Lyvia Cristina Bonella, da DDM de Praia Grande. Tribuna.
Até o momento, a polícia identificou cinco pessoas, quatro adolescentes e um adulto de 18 anos. Os adolescentes foram encaminhados ao Ministério Público estadual e o adulto está sob responsabilidade da Polícia Civil, que o indiciará por estupro de vulnerável. A identidade do suspeito não foi divulgada.
VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA MULHERES NO BRASIL
No primeiro semestre de 2020, foram registrados 141 casos de estupro por dia no Brasil. Ao longo de 2019, o número foi de 181 registros por dia, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Em 58% de todos os casos, a vítima tinha até 13 anos de idade, o que também caracteriza estupro de pessoa vulnerável, outro tipo de violência sexual.
COMO DENUNCIAR VIOLÊNCIA SEXUAL
As vítimas de violência sexual não precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e psicológico no sistema público de saúde, mas a perícia criminal só pode ser realizada com o boletim de ocorrência em mãos. O exame pode revelar provas que auxiliam a acusação durante um processo judicial, podendo ser realizado a qualquer momento após o crime. Mas como se trata de uma prova que pode desaparecer, caso seja feita, recomenda-se que seja o mais próximo possível da data do crime.
Em casos flagrantes de violência sexual, o 190, da Polícia Militar, é o melhor número para ligar e denunciar a agressão. Policiais militares em patrulha também poderão ser acionados. A Ligue 180 também recebe denúncias, mas não flagrantes, de violência doméstica, além de orientar e encaminhar para o melhor serviço de acolhimento da cidade da vítima. O serviço também pode ser acessado pelo WhatsApp (61) 99656-5008.
Legalmente, as vítimas de estupro podem ir a qualquer hospital com serviços de ginecologia e obstetrícia para tomar medicamentos para prevenir infecções sexualmente transmissíveis, receber atendimento psicológico e interromper legalmente a gravidez. Na prática, nem todos os hospitais prestam o serviço. Para o aborto, confira neste site as unidades que realmente ajudam vítimas de estupro.
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