“Extremamente anti-sexista”. Assim Marcelo Serrado57 anos, faz questão de se definir durante conversa com coluna PESSOAS. O ator estreia nesta sexta-feira, 16, a peça Um pai de outro mundono Teatro Safra, em São Paulo, no papel de um pai sério. “Ele tem dificuldade de assimilar algumas coisas da vida. Ele não tem a mente tão aberta quanto eu”, compara o ator, pai de Catarina18 anos, fruto de seu relacionamento com a atriz Rafaela Mandellie os gêmeos Filipe e Guilherme10, do casamento com Roberta Fernandes. Enquanto atuava no palco Marcelo aguarda a estreia da primeira novela da HBO Beleza Fatalem que ele interpreta um vilão. No bate-papo, ele fala sobre a educação conservadora que recebeu dos pais e as mudanças que fez na criação dos filhos.
Por que Um pai de outro mundo? Esse cara está mais ligado a esse tempo hoje. Em algum momento, ele se separa da esposa, tendo que cuidar sozinho dos filhos pequenos. Por tudo isso, ele é realmente um pai de outro mundo. Ele era um cara meio sério, super machista, mas começou a melhorar seu comportamento através dos filhos.
O personagem sente falta de dinheiro. Você também já passou por isso? Não. Isso é coisa de personagem. Ele é cantor de jingles e faz música para supermercados. Mas com o mercado em baixa agora, ele precisa de conseguir sustentar os seus três filhos. Mas estou muito tranquilo com isso, porque, graças a Deus, não paro de trabalhar.
Quando você começou a trabalhar? Comecei com 16 anos. Já toquei à noite, trabalhei em loja. Ele era muito tímido, olhava para baixo e tinha problemas de fala. Aí comecei a fazer um Tablado (curso de teatro) para aliviar a timidez e me descobri. Antes eu estava um pouco deslocado, não sabia para que lado estava indo.
Qual é a diferença entre seu personagem e você? Ele é um pouco sério, tem dificuldade de assimilar algumas coisas da vida. Ele não tem a mente tão aberta quanto eu.
Como é seu relacionamento com seus filhos? Minha filha mora em São Paulo com a mãe e tem um ótimo padrasto. Meus filhos moram no Rio comigo. Tenho uma relação mais próxima com os dois, pois moram comigo, mas também sou próxima da minha filha. Tenho uma relação conversacional com meus filhos, é uma relação amorosa.
Como é a educação deles? A criança implora que você diga ‘não’. Tem quem é rude, mais chato, que manda nos pais. Eu odeio isso. Seu filho retrata um pouco de quem você é em casa. Mas ele pode dar limites punindo-o, dizendo “não”. E não há necessidade de bater, não há necessidade de agredir a criança. Pare de puni-lo e em algum momento ele dirá que realmente não pode mais fazer isso.
E como foi sua educação? A relação com meus pais era ótima. Um relacionamento um pouco mais difícil na época, mas sempre amoroso. Lembro quando fui falar que ia ser ator, teve uma coisa que eu virei a cara, falaram que eu ia morrer de fome… Com preconceitos. Mas isso tem 30, 40 anos. Foi outra hora.
O que você não queria levar dessa educação para seus filhos? Foi uma educação um tanto sexista e conservadora, e sou extremamente anti-sexista. Ofereço uma educação nos valores que acredito. Da liberdade, de ter que ser feliz e ser o que quiser.
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