Chefe da diplomacia de Portugal mira novo entendimento na Cplp para promover idioma

O Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Rangel, destacou numa recente entrevista à ONU News que é necessário impulsionar os investimentos para conseguir uma abertura internacional da língua portuguesa.

Nesta acção de promoção da língua, o chefe da diplomacia portuguesa recomenda como objectivo aumentar a cooperação e promover uma mudança de enfoque em diversas instituições académicas da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp.

Questões de idioma e cultura

“O principal objetivo é a prosperidade e, no fundo, crescer e, em particular, elevar a qualidade de vida de todas as pessoas nos países de língua portuguesa. Obviamente que este é um objectivo geral, mas há um ponto muito importante, que é a questão da língua e a questão da cultura, em que temos que investir e temos que investir mais. Aí Portugal e o Brasil têm uma responsabilidade acrescida, porque são Estados com outra capacidade de intervenção, graças ao seu desenvolvimento e à sua dimensão, e têm de ajudar e cooperar com todos os outros.”

O Brasil apoia a promoção da língua portuguesa por meio do Instituto Machado de Assis. O Camões – Instituto da Língua e Cultura Portuguesa está sob a tutela da diplomacia portuguesa e tem representações em 84 países.

Regime semelhante ao Mobilidade

Para Rangel, os cidadãos do bloco lusófono poderiam beneficiar da colaboração entre diferentes universidades dos países da CPLP.

Segundo ele, o modelo seria um regime como o Acordo de Mobilidade recentemente adoptado, que incentiva a entrada e permanência de cidadãos de um país de língua portuguesa no território de outro.

“Por um lado, incentivamos a presença das chamadas escolas portuguesas, se quisermos, mas também a presença de muitos professores e de intercâmbio de estudantes. Este é um aspecto da CPLP que podemos, de facto, melhorar muito. Estamos todos aprendendo muito uns com os outros. Portanto, utilize universidades de vários países não só para formar os seus nacionais, mas também os que vêm de outros países de língua portuguesa. A abertura internacional das academias é hoje um fenómeno global, mas devemos priorizar também esta dimensão. Já falávamos há pouco de mobilidade profissional, falávamos agora de mobilidade formativa. Acho que é um ponto muito importante nesta comunidade de povos irmãos que é a Cplp”.

Na sua primeira entrevista à ONU News desde que assumiu o cargo, Rangel elogiou ainda a capacidade de “articular o bloco lusófono no contexto mundial e mundial”.

O chefe da diplomacia portuguesa destacou ainda os valores partilhados com os membros do espaço lusófono, como a compreensão, a cooperação e a ação conjunta no cenário internacional.