Austrália atrai trabalhadores e estudantes do Brasil apesar do custo de vida alto

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A Austrália atrai brasileiros em busca de oportunidades de morar no exterior. O país necessita de trabalhadores estrangeiros e por isso facilita a entrada de imigrantes em seu território. Mas como é morar na Austrália, o custo de vida, os salários, o processo de imigração e trabalhar no país? Brasileiros que moram e trabalham na Austrália compartilham abaixo sua experiência.

Segundo o governo australiano, os brasileiros formam o maior grupo de imigrantes da América Latina para a Austrália. Os dados mais recentes do Censo 2021 mostram que ali vivem cerca de 46,7 mil brasileiros. Destes, 20 mil são estudantes.

A Austrália está em 10º lugar no ranking dos países mais felizes. Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) mostram que o país possui um dos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) mais elevados do mundo.

Por que Austrália?

O país tem algumas semelhanças com o Brasil. O casal paulista Victoria Magliani, 27, e Gabriel Magliani, 27, escolheram a cidade de Gold Coast por ser semelhante ao clima da Baixada Santista, onde moravam. “O clima aqui foi o que mais nos chamou a atenção. Gostamos do calor e queríamos uma experiência de viver no estrangeiro sem alterações climáticas drásticas”, explica Victoria.

Eles também destacam a diversidade cultural do país. “É difícil encontrar um australiano, há muitos imigrantes de todos os lugares: japoneses, indianos, brasileiros”, diz Gabriel. É comum ouvir português nas ruas. Caminhamos como se estivéssemos no Brasil, nos faz sentir em casa.

Segundo o casal, no início é difícil aproveitar a qualidade de vida do país devido à intensa carga de trabalho. “No início mal temos qualidade de vida porque você trabalha de segunda a segunda”, explica Victoria.

Esta realidade reflecte a experiência de muitos imigrantes, que necessitam de se adaptar rapidamente e trabalhar arduamente para se estabelecerem no novo país. Depois de um tempo, eles conseguem desfrutar de uma rotina mais estável.

Desafios e oportunidades

Inicialmente, as profissões com oportunidades de trabalho na Austrália para imigrantes tendem a ser faxineiras, garçons, pedreiros, pintores, entregadores e reformas em geral. Um exemplo comum é o dos controladores de trânsito, profissionais que mantêm placas de “Pare” e “Devagar” no trânsito durante obras rodoviárias.

Gabriel, que chegou sem falar inglês, trabalhou duro na movimentação e entrega de comida, enquanto Victoria atuava como faxineira. “Para quem chega sem inglês, os primeiros trabalhos são limpar, transportar e entregar comida”, diz Gabriel. “São empregos que você pode conseguir facilmente, mesmo sem falar o idioma.”

Atualmente, Victoria trabalha como consultora de vendas em uma agência de câmbio local e Gabriel é motorista. Para quem já possui um nível razoável de inglês, as oportunidades iniciais incluem empregos em bares e restaurantes.

No entanto, os imigrantes com visto de estudante enfrentam uma limitação de 24 horas semanais de trabalho, dificultando a obtenção de emprego a tempo inteiro. Esses serviços são geralmente de meio período ou casuais.

Os setores da construção e da saúde também necessitam de muitos trabalhadores estrangeiros, oferecendo diversas oportunidades devido à grande necessidade de profissionais qualificados.

A Austrália oferece benefícios atraentes para os trabalhadores. Os australianos conseguem aproveitar a vida porque muitos trabalham em horários flexíveis e em casa, além de geralmente possuírem casa própria, o que reduz o custo de vida.

A Austrália é conhecida por oferecer uma das melhores qualidades de vida do mundo, classificada em 10º lugar no Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) da ONU. Segundo eles, “a Austrália é mãe dos australianos”.

Porém, para os imigrantes, esta realidade pode ser um pouco diferente. Gozam parcialmente desta qualidade de vida até se estabelecerem no campo.

A infraestrutura de lazer na Austrália é excelente tanto para imigrantes quanto para moradores locais. São muitos eventos, feiras, shows e campeonatos gratuitos, como o mundial de surf, acessíveis a todos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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