O deputado estadual Eduardo Suplicy (PT-SP) argumenta que a prisão preventiva de Janaína Xaviercandidato a vereador do São Paulo em 2020, ser convertido para domicílio. Ela foi presa, nesta terça-feira, 7, em operação contra o tráfico de drogas na região de Cracolândia. Investigadores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do ministério público paulista encontrou mensagens em que Janaína alerta integrantes da Comando do Primeiro Capitãol (PCC) sobre a movimentação das forças de segurança perto dos pontos de venda de drogas.
A recomendação para que Janaína se candidatasse a vereadora em 2020 partiu de Suplicy. Eles se conheceram através do trabalho dela na região da Cracolândia, onde a então vereadora foi verificar denúncias de abusos por parte das autoridades da Guarda Municipal. “Conheço Janaína há pelo menos dez anos. Quando ela era vereadora, ela conversava muito comigo sobre os problemas da região onde mora”, disse Suplicy a VEJA. “Ela veio algumas vezes ao meu escritório e vi nela uma liderança importante que conversava com o fluxo da Cracolândia”, completou.
A detenção de Janaína foi discutida em reunião na manhã desta quinta-feira, 8, da qual Suplicy participou como presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de São Paulo. Ele pretende conversar com o Ministério Público sobre a operação que prendeu Janaína preventivamente. Segundo o deputado, o ex-candidato a vereador é líder de movimentos sociais por moradia e vive de ocupação. Ela é mãe de dez filhos, sendo um deles diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista e o outro amamentando. Portanto, a Corte foi acionada para avaliar pedido de conversão da prisão preventiva de Janaína Xavier em prisão domiciliar.
“Quanto à participação dela no tráfico de drogas, não há provas documentais, mas não conheço os detalhes”, disse Suplicy. “Nunca soube que ela era auxiliar do PCC e do tráfico de drogas. Só temos boas referências da Janaína, sempre a vi como uma pessoa disposta a ajudar a comunidade”, acrescentou.
Candidato
Em 2020, Janaína Xavier foi candidata a uma vaga na Câmara Municipal, mas obteve apenas 238 votos e não foi eleita. Segundo os autos da Justiça Eleitoral, sua campanha recebeu 27,8 mil reais, dos quais 23 mil reais foram gastos. A maior parte dos recursos veio do diretório paulista do PT.
Preso continua filiado ao PT
Em nota, o Partido dos Trabalhadores diz que “Janaína nunca atuou no PT” e que “no momento da adesão não havia nenhum processo contra ela”. Ela ingressou no PT em 25 de abril de 2019 e ainda está entre os militantes do partido. Após a prisão de Janaina, o executivo municipal do partido ainda não se reuniu para discutir o assunto. O partido diz que apoia as investigações.
Confira a nota do PT na íntegra:
Janaína nunca atuou no PT. Ingressou em 25 de abril de 2019 para concorrer a vereadora no ano seguinte como representante da população em situação de rua, recebeu 238 votos e nunca mais participou de atividades partidárias. No momento da filiação não havia nenhum caso contra ela.
Ficamos chocados ao ver agentes da GCM envolvidos em uma organização miliciana no centro da nossa cidade e preocupados com a falta de comando da prefeitura. O PT defende investigações e que os responsáveis sejam punidos conforme a lei.
Diretório Municipal PT São Paulo
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