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A Editorial Sul
| 5 de agosto de 2024
Boric já se manifestou contra o resultado nos últimos dias. Lula (E) preferiu exigir a apresentação da ata
Foto: Ricardo Stuckert/PR
Lula e Gabriel Boric – Foto: Ricardo Stuckert/PR
Em discurso em Santiago, capital do Chile, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu transparência no processo eleitoral da Venezuela. O presidente chileno, Gabriel Boric, optou por não comentar as contestadas eleições presidenciais da Venezuela, a principal questão geopolítica do continente neste momento.
O atual presidente venezuelano, Nicolás Maduro, no poder desde 2013, foi considerado reeleito pelos órgãos oficiais —na prática, controlados por ele, com quase 52% dos votos. Mas a oposição e entidades internacionais apontam que houve fraude nas eleições.
Os registros eleitorais — boletins com os votos das urnas — ainda não foram apresentados, mas deveriam ter sido. Boric já se manifestou contra o resultado nos últimos dias. Lula preferiu exigir a apresentação da ata antes de dizer se a eleição de Maduro foi fraudada ou legítima.
“Expor [em conversa com Boric] as iniciativas que empreendi com os presidentes Gustavo Petro (Colômbia) e Lopez Obrador (México) em relação ao processo político na Venezuela. O respeito pela tolerância, o respeito pela soberania popular é o que nos move a defender a transparência dos resultados. O compromisso com a paz é o que nos leva a convocar as partes ao diálogo e à promoção do entendimento entre o governo e a oposição”, afirmou Lula em sua declaração à imprensa após conversa privada com Boric.
Ao fazer seu discurso, antes de Lula, Boric optou por destacar as alianças comerciais entre Brasil e Chile e as oportunidades econômicas que os dois países podem explorar para desenvolver suas sociedades. Ele não queria falar sobre a Venezuela.
“Esta visita é sobre a relação entre Chile e Brasil. Sei que pode haver dúvidas sobre outros temas, especialmente em relação à Venezuela. Vou me referir a isso amanhã à tarde”, afirmou Boric em seu discurso.
Acordos
Integrante da delegação de Lula, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, assinou, na ocasião, uma carta de intenções com o governo chileno para cooperação no setor de mineração.
A carta prevê incentivar ambos os países a explorar e desenvolver minerais estratégicos para a transição energética. Além disso, Silveira também assinou uma declaração conjunta com o Ministério de Energia do Chile, que cria um grupo de trabalho sobre combustíveis sustentáveis para aviação. No grupo, os países compartilharão conhecimentos técnicos e práticas regulatórias.
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No Chile, Lula pede transparência e respeito à soberania popular nas eleições da Venezuela
05/08/2024
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