Procuradoria-Geral da República nega à defesa de Bolsonaro acesso à delação de tenente-coronel Mauro Cid sobre as joias sauditas

Procuradoria-Geral da República nega à defesa de Bolsonaro acesso à delação de tenente-coronel Mauro Cid sobre as joias sauditas


No documento, o promotor Paulo Gonet explica que a colaboração de Cid (foto) vai além das joias e pode gerar outros desdobramentos.

Foto: Ag. Câmara

No documento, o promotor Paulo Gonet explica que a colaboração de Cid (foto) vai além das joias e pode gerar outros desdobramentos. (Foto: Ag. Câmara)

A Procuradoria-Geral da República (PGR) manifestou-se contrária, nesta quarta-feira (24), ao pedido feito pela defesa de Jair Bolsonaro (PL), que pedia acesso à delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid e demais documentos relacionados. Joias sauditas à venda.

No documento, o promotor Paulo Gonet explica que a colaboração de Cid vai além da joalheria e pode gerar outros desdobramentos. “Existem outras investigações em curso, ainda não finalizadas, que também se baseiam nas declarações prestadas pela funcionária, o que reforça a inviabilidade do acesso pretendido nesta fase processual”, apontou em parte da decisão.

Afirmou ainda que Bolsonaro não tem direito de acesso às informações e que, de acordo com a legislação, a denúncia deve permanecer sigilosa até que seja formalizada uma denúncia ou queixa-crime. Isto é, até que a investigação seja concluída.

“Todos os elementos relevantes para as investigações realizadas nesta Petição já foram documentados e foram fornecidos à defesa do investigado. Caso haja outra investigação relacionada ao interessado, o pedido de acesso certamente será deferido nos respectivos autos, uma vez demonstrada a condição de investigado”, finaliza Gonet.

O pedido da defesa foi enviado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator no Supremo, no dia 10 de julho.

“Ressalte-se que o acesso solicitado deve ser irrestrito, visto que o disposto na súmula vinculante 14 apenas ressalte o acesso a provas que não tenham sido documentadas em procedimento investigativo, o que não se aplica ao presente caso, dadas as informações da mídia sobre o indiciamento e conclusão da investigação”, diz trecho do documento redigido pelos advogados.