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A Editorial Sul
| 19 de julho de 2024
A “agenda anti-MST” inclui quase 20 projetos no Senado e na Câmara dos Deputados. (Foto: MST/Instagram)
O pacote de projetos que, entre outras medidas, classificam as invasões promovidas pelo Movimento dos Sem Terra (MST) como terrorismo, deverá tramitar nas comissões do Senado ainda neste semestre, depois de algumas das propostas ganharem velocidade na Câmara no primeiro semestre de o ano.
A “agenda anti-MST” inclui quase 20 projetos nas duas Casas. Três deles estão no Senado – um foi proposto e aprovado pela Câmara em maio, onde tramitou com urgência durante a onda de invasões do chamado “Abril Vermelho”, e agora aguarda distribuição entre as comissões do Senado . O objetivo das propostas é punir os envolvidos nas invasões, como proibi-los de acessar programas de reforma agrária e de crédito rural ou de exercer cargos públicos.
Esse projeto que chegou ao Senado também impede que invasores recebam benefícios e auxílios do governo federal, incluindo acesso a unidades habitacionais Minha Casa, Minha Vida. Em todos esses casos, a restrição durará oito anos a partir da desocupação dos imóveis.
No Senado, o projeto de lei que propõe caracterizar a invasão de terras, quando realizada para provocar “terror social ou generalizado”, como ato terrorista, tramita atualmente na Comissão de Defesa da Democracia da Câmara.
Outras duas propostas que classificam as invasões como terrorismo tramitam nas comissões da Câmara. O projeto que tipifica o crime de terrorismo aguarda votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, enquanto o projeto que considera o crime de peculato possessório (posse ilegal de bem) como ato terrorista foi protocolado no último no dia 10, e aguarda determinação do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Punição
Também na Câmara, outro projeto prevê aumento da pena de prisão para o crime de peculato possessório.
Há também propostas para que o proprietário da área invadida possa recorrer à polícia sem necessidade de ação judicial.
Com o recesso do Congresso, as pautas deverão ser discutidas e encaminhadas na primeira reunião do colégio de líderes, em agosto. Interlocutores do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmaram que a tramitação na Câmara deverá ser conduzida com “discussão calma e ampla”, passando pelas comissões às quais as propostas são atribuídas.
Linha
O progresso “suave” envolve a necessidade de analisar outros temas, como desoneração tributária sobre a folha de pagamento para 17 setores; a regulamentação da reforma tributária; a renegociação das dívidas dos Estados com a União; a PEC da Anistia, que concede indultos aos partidos que descumprirem regras eleitorais; e a regulamentação do uso de inteligência artificial no país.
Embora na Câmara dos Deputados a estratégia da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) tenha sido destacar a urgência do projeto anti-MST para agilizar a votação no plenário, o processo deve seguir o “ritmo padrão” no Senado . A senadora Tereza Cristina (PP-MS), deputada da FPA, afirmou que ainda não houve discussão sobre como avançará a pauta na Câmara. Efraim Filho (União Brasil-PB) e Irajá Abreu (PSD-TO), também integrantes da frente, disseram não ter conhecimento do mérito das propostas.
A pressão para aprovação dos textos e do próprio pacote de projetos do grupo ruralista foram uma reação às recentes invasões realizadas principalmente no Abril Vermelho.
Na ocasião, o presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (PP-PR), criticou a posição do governo Lula diante das invasões. “Cada pessoa controla seus aliados. Com essas invasões do MST, que tem cargos e está nos ministérios e no Planalto, é assim que o governo federal diz que quer a paz no campo?”, questionou o parlamentar em postagem no X (antigo Twitter).
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Senado se prepara para votar pacote que classifica as invasões promovidas pelo MST como terrorismo
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