Gestores contestam criação da Universidade Federal do Iguaçu – Notícias

16/07/2024 – 11h31

Debatedores contestaram nesta segunda-feira (15), em audiência pública, a criação da Universidade Federal de Iguaçu (UFI), no estado do Paraná. A medida está prevista em projeto de lei (PL 4505/21) em análise na Câmara dos Deputados.

De autoria do deputado Filipe Barros (PL-PR), o texto determina que a nova universidade será formada por campi paranaense pela atual Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). A UFFS possui outros quatro campitrês no Rio Grande do Sul e um em Santa Catarina, onde fica a sede (Chapecó).

Para o reitor da UFFS, João Alfredo Braida, a cisão da universidade prejudica o projeto estruturante da instituição, que está em andamento, e reduz seu poder de disputar financiamentos de agências financiadoras. “Hoje precisamos fortalecer, consolidar campi que temos”, disse Braida.

Criada em 2009, a UFFS conta com um quadro de funcionários formado por 766 professores, 719 técnicos administrativos e cerca de 6.600 alunos. Braida também refutou o argumento de Filipe Barros, ao propor o projeto, de que o campi do Paraná, localizada nas cidades de Realeza e Laranjeiras do Sul, ficaria desassistida, o que justificaria a criação da UFI.

A emancipação das unidades da UFFS no Paraná também foi criticada pelos gestores das duas campi, Marcos Antônio Beal (Realeza) e Manuela Pereira (Laranjeiras do Sul). “Já estamos no limite da nossa estrutura física. Não é nos dividindo que cresceremos mais”, afirmou Manuela.

Fortificação
O Ministério da Educação participou da audiência pública, realizada pela Comissão de Administração e Função Pública da Câmara dos Deputados, por meio da diretora de Desenvolvimento da Rede de Instituições Federais de Ensino Superior, Tânia Mara Francisco.

Ela afirmou que a criação de uma universidade exige pelo menos 2,8 mil vagas para estudantes, número que não é preenchido pelos campi de Realeza e Laranjeiras do Sul.

Segundo Tânia, a criação de novas universidades federais não está nos planos do ministério. “Estamos convencidos de que é muito importante, neste momento, consolidar a estrutura existente, em vez de expandir”, afirmou.

A sabatina foi proposta pelo deputado Tadeu Veneri (PT-PR), que defende a ampliação do debate sobre o tema. Segundo ele, o projeto não foi devidamente discutido com a comunidade acadêmica. “Vamos solicitar que o texto seja arquivado. Encaixe dentro do Regimento [Interno da Câmara]isso será feito”, afirmou.

Situação
Atualmente, a proposta que cria a UFI aguarda votação na Comissão de Administração e Função Pública. O relator, deputado Felipe Francischini (União-PR), apresentou parecer favorável. Caso não seja arquivado, o texto ainda será analisado em outras três comissões (Educação; Finanças e Tributação; e Constituição e Justiça e Cidadania) e no Senado.

Relatório – Janary Júnior
Montagem – Marcelo Oliveira