O presidente Lula e o Ministro das Finanças, Fernando Haddad, gostaria de destacar o trabalho do governo na área da economia. Na linha, eles costumam dizer que o inflação está sob controle, o desemprego diminuiu, o renda do trabalhador cresceu e o desempenho do PIB no ano passado foi três vezes superior ao inicialmente projetado pelo mercado.
Este discurso é apoiado por dados. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego caiu para 7,1% no trimestre encerrado em maio, o menor nível para o período desde o início da série histórica. Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) constatou que a renda dos trabalhadores deu o maior salto no ano passado desde o Plano Real.
Otimismo oficial ou pessimismo público?
Apesar destes avanços, o governo não conseguiu reverter o pessimismo do eleitorado em relação à economia. Ao analisar a situação, o petista Jose Dirceuum dos principais líderes do PT e ministro-chefe da Casa Civil no primeiro mandato de Lula, chegou a dizer que a população sofria de “dissonância cognitiva” por não perceber — ou não creditar ao governo — os resultados positivos alcançados até aqui.
Procurar O Genial/Quaest divulgado nesta quarta-feira, 10, mostrou ainda que o presidente recuperou o impulso em termos de popularidade. A aprovação do seu trabalho, por exemplo, passou de 50% para 54%, enquanto a reprovação caiu de 47% para 43%. Os dados coletados, porém, deixaram claro que o mau humor da economia continua.
Escassez
A pesquisa, aliás, reforça a distância entre o discurso oficial de Lula e Haddad e a percepção dos eleitores. Do total de entrevistados, 63% disseram que o poder de compra dos brasileiros hoje é menor do que há um ano, enquanto apenas 21% disseram que é maior. Em maio, os percentuais eram de 67% e 19%, respectivamente. Ou seja: houve uma ligeira redução nas avaliações negativas.
Embora a inflação esteja dentro da meta, o sentimento de fome prevalece. Para 61%, o valor da conta de água e luz aumentou no último mês. Apenas 8% disseram que caíram. No caso dos preços dos alimentos nos supermercados, 70% declararam que ficaram mais salgados, contra 12% que responderam o contrário.
Aparentemente, o eleitorado não acredita que o presidente esteja cumprindo sua promessa de campanha de baratear a picanha e a cerveja, metáfora de plataforma usada para vender um futuro com redução do custo de vida. Atualmente, bolso do eleitor desafia mais o petista do que seu rival JairBolsonaro.
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