Parlamento, como o nome sugere, é o nome do local onde são discutidos assuntos e projetos de lei de interesse da sociedade. Supõe-se que a discussão levará ao aprimoramento desses projetos.
No Brasil hoje, parece ser o oposto: quanto mais longa a discussão, mais oportunidades existem para lobistas maliciosos piorarem os projetos. Bons projetos, como aconteceu com a reforma da Previdência, geralmente acabam piores do que começaram.
É o caso da reforma tributária, fundamental para o país avançar: desde que o processo começou, ela piorou semana após semana. E esta semana não foi exceção.
A Câmara dos Deputados deixou armas de fora do Imposto Seletivo, o que fará com que a tributação caia significativamente em relação ao que é hoje. Como destacou o deputado pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), “as armas de fogo terão a mesma taxa que flores, fraldas, brinquedos e perfumes”, algo inédito no mundo.
Nossos excelentes deputados também decidiram eliminar o imposto sobre a carne. Afinal, os pobres merecem comer carne. Perfeitamente, muito nobre. O problema é que, como quase sempre que um político fala sobre os pobres, é conversa fiada.
Para começar, zerar impostos não garante que o preço caia. A redução pode ser captada, e muitas vezes o é, por alguém da cadeia (produtor, grossista, retalhista) que mantém o preço e embolsa a diferença.
Mesmo que o subsídio chegue ao consumidor, isso não significa que os principais beneficiários sejam os pobres, muito pelo contrário. Como são os ricos que consomem os cortes mais caros, e compram em maiores quantidades, são mais favorecidos que os pobres.
Os principais beneficiários acabam sendo os principais frigoríficos, de propriedade de grandes empresários. Como o notório e mais uma vez onipresente Joesley Batista.
Por fim, como ensinou Milton Friedman, não existe almoço grátis (principalmente com carne): a isenção de um item deve necessariamente ser compensada em outro. Fala-se que o subsídio à carne aumentará o somatório dos demais impostos em 0,57%. Adivinha quem vai pagar por isso? Você acertou: especialmente os pobres.
Se o objetivo fosse realmente beneficiar os pobres, os deputados teriam mantido a taxa normal e usado o mecanismo de dinheiro de volta devolver-lhes o imposto. E apenas para eles. Mas tal como está, os deputados têm uma dupla vantagem: ganham os votos dos pobres e ao mesmo tempo fazem um favor aos ricos.
Lula – tal como o então presidente Bolsonaro, que sabotou a sua própria reforma previdenciária – dificultou a sua própria reforma fiscal ao defender isenções fiscais para a carne. Neste momento, o presidente e o ex-presidente brigam pela paternidade de um filho que é feio, mas que dizem ser lindo. (Entretanto, o Ministro das Finanças, com um sorriso amarelo, finge ser a favor daquilo a que se opunha.)
Recentemente, Lula declarou-se “perplexo” com o fato de o Brasil dar subsídios superiores a 1 trilhão de reais.
Adivinhe de onde eles vêm, presidente.
(Por Ricardo Rangel em 12/07/2024)
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