O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), negou que o órgão tenha sido utilizado para praticar espionagem ilegal de autoridades políticas, como ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e parlamentares , durante o governo Bolsonaro (PL). O parlamentar também negou ter usado a Abin para proteger o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
Nas redes sociais, na manhã desta sexta-feira (7/12), Ramagem falou pela primeira vez sobre a operação da Polícia Federal (PF), deflagrada nesta quinta-feira (11), que investiga um esquema paralelo que funcionou na Abin durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), costumava produzir dossiês ilegalmente e produzir informações falsas sobre autoridades.
Ao comentar o caso, Ramagem insinuou que a operação visa dificultar sua candidatura a prefeito do Rio de Janeiro. “No Brasil, uma pré-campanha da nossa oposição nunca será fácil. Seguimos com o objetivo de mudar legitimamente a cidade do Rio de Janeiro para melhor”, afirmou.
Ramagem afirmou ainda que a operação da PF desconsidera os objetivos de investigação, acusando a corporação de “trazer conclusões e conjecturas superficiais à imprensa”.
“O sistema Fprimeira milha, que outras 30 instituições também adquiriram, parece ter ficado de lado. A aquisição foi regular, com parecer da AGU, e nossa administração foi a única a realizar os controles necessários, demitindo funcionários e encaminhando possíveis desvios à corregedoria. A PF quer, mas não tem como vincular o uso da ferramenta pela direção geral da Abin”, afirmou.
Ainda segundo o deputado federal, a publicação da lista de autoridades judiciárias e legislativas supostamente fiscalizadas tem o objetivo de “criar alvoroço”. Ele nega que os políticos tenham sido monitorados.
“Não estão na primeira milha ou em qualquer interceptação. Estão em conversas de WhatsApp, informações de outras pessoas, impressões pessoais de outras pessoas investigadas, mas nunca em relatório oficial contrário à legalidade”, afirmou.
Ramagem também nega interferência da Abin na investigação da suposta “rachadinha” no gabinete de Flávio Bolsonaro, quando ele era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Segundo a PF, integrantes do órgão tentaram colher informações comprometedoras e relações políticas de auditores da Receita Federal que participaram da investigação.
“Não há interferência ou influência em processo vinculado ao senador Flávio Bolsonaro. A demanda foi resolvida exclusivamente na Justiça”, declarou.
“A PGR não foi favorável às prisões na operação, mas a Justiça desconsiderou a manifestação. Há menção em áudio que apenas reforça a defesa do devido processo legal, do inquérito administrativo, medida prevista em lei para qualquer caso de improbidade funcional . Finalmente houve indicação de que serei ouvido na PF, para buscar a devida instrução e desconstrução de toda e qualquer narrativa”, contestou.
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