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A Editorial Sul
| 11 de julho de 2024
Jogos Olímpicos acontecem de 26 de julho a 11 de agosto na França
Foto: José Cruz/Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, nesta quinta-feira (11), no Palácio do Planalto, em Brasília, atletas que representarão o Brasil nas Olimpíadas e Paraolimpíadas de Paris, na França. Na reunião, Lula assinou um decreto que reajusta em 10,86% o Bolsa Atleta, programa que completa 20 anos em 2024 e não era reajustado há 14 anos.
“Quando decidimos criar o Bolsa Atleta foi porque muitas vezes a cultura brasileira não leva em conta que, antes das pessoas se tornarem importantes, famosas e terem patrocínio privado, muitas pessoas nem tinham tênis para praticar o esporte. O empresário não tem obrigação de olhar para um atleta que não tem medalha de ouro, mas o Estado brasileiro e seu governo têm que olhar para todos os atletas e mais ainda para aqueles que poderão, no futuro, conquistar uma medalha de ouro se estão aptos a praticar esportes”, disse o presidente.
“Se ele tiver condições, numa pequena cidade do interior, de ter um salário para poder ingerir as calorias e proteínas necessárias, para poder ir à academia que precisa, para poder nadar, correr , lutar; Se você não garantir essa oportunidade para as pessoas, esse país ficará sempre de fora das principais disputas”, completou Lula.
Medalha
Empolgado, o presidente relembrou sua participação na cerimônia que elegeu o Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016 e disse que o governo quer ajudar o Brasil a subir no quadro de medalhas.
“Mas também, se você não ganha uma medalha, ninguém fica diminuído porque você não ganhou uma medalha. O castigo para quem não ganha medalha é sofrimento interior, mágoa, frustração […]. Se não vencermos, o que conta mesmo é a dedicação, o esforço, a perseverança. E quando vemos pessoas comprometidas com o desporto, percebemos que estão a libertar as pessoas das drogas, estão a libertar as pessoas da promiscuidade. É nisso que temos que apostar”, destacou o presidente.
Os Jogos Olímpicos começam no dia 26 de julho e vão até 11 de agosto. A delegação brasileira conta com 277 atletas, sendo 153 mulheres e 12 homens. As Paraolimpíadas serão realizadas de 28 de agosto a 8 de setembro, com 124 atletas brasileiros.
Lula foi convidado pelo presidente francês, Emmanuel Macron, para participar do evento, mas não irá a Paris para os jogos. O governo brasileiro será representado pelo ministro do Esporte, André Fufuca, e a primeira-dama, Janja Lula da Silva, representará o presidente Lula. “Vou ver as Olimpíadas pelos olhos de Janja”, disse o presidente.
Bolsa Atleta
Atualmente, mais de nove mil atletas recebem o Bolsa Atleta, que varia de R$ 370 a R$ 15 mil. Os novos valores, com reajuste, começam a ser pagos em agosto para todas as categorias de incentivo: Estudantil, Base, Nacional, Internacional e Olímpico/Paralímpico.
O reforço vale também para a Bolsa Pódio, categoria máxima do programa, destinada aos atletas classificados entre os 20 melhores do ranking mundial de suas modalidades e com maiores chances de conquistar medalhas em grandes eventos internacionais.
A judoca Rafaela Silva recebe o auxílio há 15 anos e participará de sua terceira Olimpíada. “É muito importante para um atleta de alto rendimento ter segurança, tranquilidade para poder se preparar, para se dedicar exclusivamente ao seu sonho que, no meu caso, é treinar judô. Porque eu tenho a segurança de ter meu Bolsa Atleta, meu Bolsa Pódio, todo mês na minha conta, que posso ajudar minha família e com meu material de trabalho”, disse ela.
Rafaela tem uma carreira promissora e, em 2008, sagrou-se campeã mundial sub-20. Três anos depois, já adulta, conquistou a prata no campeonato mundial da França. Nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, acabou desclassificada, mas no ano seguinte tornou-se a primeira judoca brasileira campeã mundial. Nas Olimpíadas do Rio, em 2016, conquistou a medalha de ouro em sua cidade natal. Em 2022, ela conquistou novamente o título mundial.
O ex-atleta paralímpico e presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Mizael Conrado, destacou que o Bolsa Atleta tem sido fundamental para a formação de atletas de elite no Brasil e que muitos dos atletas que conquistaram medalhas nas competições são beneficiários do programa.
Segundo ele, em 2021, dos mais de 300 atletas que foram às Olimpíadas de Tóquio, 242 receberam a bolsa. Nos Jogos Pan-Americanos e Parapan-Americanos de Santiago, em 2023, 90% dos medalhistas receberão atendimento.
Cidadania
O ex-jogador de futebol cego afirmou ainda que o esporte é capaz de entregar cidadania às pessoas, “para tantos brasileiros que, pela deficiência, ainda são invisíveis em nosso país” e agradeceu ao governo brasileiro pelo apoio ao CPB.
Conrado falou sobre a melhora no desempenho dos atletas paralímpicos brasileiros ao longo das últimas edições dos Jogos Olímpicos, passando do 24º lugar em Sydney, em 2000, para o sétimo lugar em Tóquio, em 2021.
“Durante toda essa jornada, o Bolsa Atleta foi o principal instrumento que garantiu, primeiro, condições para que os atletas pudessem desenvolver suas atividades, treinar com tranquilidade e representar tão bem o nosso país. E, segundo, garantir dignidade a esses atletas, garantir que eles pudessem ter um abastecimento de qualidade, que tivessem a alimentação adequada para um melhor desempenho. Então, o Bolsa Atleta, hoje, é um dos principais instrumentos que vem levando o Brasil às vitórias e espero que, em Paris, não seja diferente”, finalizou.
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Lula assina decreto reajustando Bolsa-Atleta em 10,86%
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