Polícia Federal faz operação contra ex-servidores da Abin e influenciadores do suposto “gabinete do ódio”

Polícia Federal faz operação contra ex-servidores da Abin e influenciadores do suposto “gabinete do ódio”


Segundo investigações, grupo teria utilizado sistemas GPS para rastrear celulares sem autorização judicial

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Segundo as investigações, o grupo teria utilizado sistemas GPS para rastrear celulares sem autorização judicial. (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

A PF (Polícia Federal) lançou, na manhã desta quinta-feira (11), uma nova fase da Operação Last Mile, que investiga o possível uso ilegal de sistemas da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) para espionar autoridades e adversários políticos durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

Segundo as investigações, o grupo teria utilizado sistemas GPS para rastrear celulares sem autorização judicial. Segundo a PF, nesta fase, a polícia cumpriu cinco mandados de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão em Brasília (DF), Curitiba (PR), Juiz de Fora (MG), Salvador (BA) e São Paulo (SP). .

As ordens de prisão são contra servidores cedidos à Abin sob a gestão de Alexandre Ramagem e influenciadores digitais que atuavam no chamado “gabinete do ódio” –estrutura do Palácio do Planalto que disseminaria notícias falsas e ataques à democracia.

Foram presos um militar do Exército que era assessor do então diretor da Abin, um agente da PF lotado no órgão, um empresário que disseminava fake news e um ex-assessor da Secretaria de Comunicação Social do governo Bolsonaro. Os mandados foram autorizados pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. A Operação Last Mile começou com investigações sobre o inquérito das notícias falsas.

Segundo a PF, os investigadores descobriram que “membros dos Três Poderes e jornalistas foram alvos das ações do grupo, incluindo a criação de perfis falsos e a divulgação de informações sabidamente falsas”.

“A organização criminosa também acessou ilegalmente computadores, aparelhos telefônicos e infraestrutura de telecomunicações para monitorar pessoas e agentes públicos”, disse a PF.

Se a conduta for confirmada, os investigados poderão ser acusados ​​de organização criminosa, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, interceptação clandestina de comunicações e invasão de dispositivo informático alheio.