Arthur Lira, presidente da Câmara, deu trinta segundos para que 480 deputados pudessem ler o projeto com 513 artigos que regulamenta a reforma tributária, antes da aprovação.
O texto legislativo começou a ser elaborado por volta das duas horas da manhã desta quarta-feira. Estava pronto às nove horas da manhã, quando começou a sessão de votação.
Recebeu cerca de 800 propostas de emendas em 12 horas, uma média de 66 a cada 60 minutos de sessão. Refletiam a pressão de grupos organizados, com acesso e poder para influenciar as bancadas parlamentares na defesa dos seus interesses, que basicamente se resumem à redução de impostos sobre os seus negócios e investimentos e ao aumento da tributação para outros, preferencialmente concorrentes.
Houve momentos no plenário em que o silêncio foi de ouro. Um deles foi quando o governo e a bancada do Partido dos Trabalhadores fingiram não se importar em fazer lobby pela redução (de 85% para 26,5%) dos impostos cobrados sobre a produção e comércio de armas e munições. Ao mesmo tempo, os impostos sobre os livros aumentaram (cerca de 16%). O Psol protestou, mas, no final, votou pela aprovação do projeto.
As reclamações sobre o comportamento do governo multiplicaram-se no plenário, especialmente entre os apoiantes do governo. “O Ministério da Saúde”, reclamou o deputado Paulo Folletto, do PSB do Espírito Santo, “deveria ter demonstrado maior interesse em taxar esses alimentos ultraprocessados, que são prejudiciais à saúde da população, principalmente da população mais vulnerável. ” Ele adicionou: “[No governo e na Câmara] Eles cederam ao grande lobby da indústria, cederam ao dinheiro. Eles não tiveram coragem de enfrentar uma alíquota diferente para alimentos ultraprocessados.”
Quase metade do texto previa exceções fiscais — reduções e isenções — para alguns produtos, compensadas pelo aumento da carga tributária sobre outros produtos. As produções artísticas, por exemplo, foram premiadas com cortes (cerca de 60%). Em troca, será cobrado mais na compra de veículos de resgate, como ambulâncias.
Às 19h48, os deputados tratavam da quarta versão “final” da futura legislação sobre regras fiscais. Então, Lira deu trinta segundos para ler antes de votar.
Um deputado do Partido Novo, Gilson Marques, de Santa Catarina, reagiu: “Fazer isso em menos de trinta segundos é realmente desproporcional, não é razoável e, acima de tudo, causa um precedente muito complicado, ainda mais porque dá ao Presidente [da Câmara] um poder excepcional — se isso se tornar regra daqui para frente — de, em trinta segundos, postar qualquer tipo de texto e, em trinta segundos, iniciar a votação. Bobagem total!
Não ajudou. Foram 336 votos a favor (79 a mais que o mínimo necessário de 257), 142 contra e duas abstenções. Após 33 anos, a Câmara aprovou o regulamento. Agora, o texto segue para o Senado, onde será discutido e votado, provavelmente ainda neste semestre. Em seguida, retornará à Câmara, que terá a palavra final sobre cada vírgula, antes de submetê-la à sanção presidencial. Arthur Lira encerrou a sessão sorrindo: já tem uma reforma tributária para chamar de sua.
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