PEC da Anistia aos partidos tem novo parecer e vai à votação nesta quinta-feira

PEC da Anistia aos partidos tem novo parecer e vai à votação nesta quinta-feira


Para entrar em vigor, a PEC precisa ser aprovada por 308 dos 513 deputados em dois turnos.

Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados

Para entrar em vigor, a PEC precisa ser aprovada por 308 dos 513 deputados em dois turnos. (Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados)

A proposta de emenda à Constituição (PEC) que perdoa as punições impostas aos partidos que cometeram infrações eleitorais como o descumprimento de cotas para mulheres e negros será votada nesta quinta-feira, 11, pela Câmara dos Deputados. Na noite desta quarta-feira, 10, o relator do texto, deputado Antônio Carlos Rodrigues (PL-SP), enviou novo parecer à Câmara aumentando o percentual mínimo de recursos que os partidos serão obrigados a investir em candidaturas de negros ou políticos negros. marrom.

O texto que tramita na Câmara estabelecia que os partidos teriam limite mínimo de 20% para envio de recursos para candidaturas de pessoas pretas ou pardas. Agora, o percentual mínimo esperado é de 30%. A proposta continua abrindo brechas para que as siglas transfiram o valor para apenas um candidato, sem respeitar a proporcionalidade das candidaturas de políticos negros. Os diretórios nacionais de legendas também poderão escolher uma região específica para a qual enviar fundos de campanha.

Outra mudança no novo parecer de Antônio Carlos Rodrigues foi a retirada de um artigo que estabelecia que apenas o Congresso Nacional tem competência para criar políticas afirmativas voltadas às minorias no cenário eleitoral.

A PEC também determina que os partidos políticos ficarão isentos do pagamento de multas ou da suspensão do Fundo Partidário e Eleitoral em razão de demonstrações financeiras realizadas antes da promulgação da emenda. Cálculos feitos no ano passado por órgãos de transparência eleitoral indicavam que, se fossem consideradas apenas as contas pendentes de julgamento, o valor poderia chegar a R$ 23 bilhões.

“É garantida aos partidos políticos, aos seus institutos ou fundações a utilização de recursos do Fundo Partidário para pagamento parcelado de sanções e penalidades de multas eleitorais, outras sanções, dívidas de natureza não eleitoral, devolução de recursos ao erário, e devolução de recursos públicos ou privados imputados pela Justiça Eleitoral, inclusive os de origem não identificada, salvo recursos de fontes proibidas”, diz trecho da PEC.

A proposta também garante “imunidade tributária” para partidos e federações. Se aprovada, a PEC incluirá legendas na lista de instituições que não pagam impostos no país, como entidades religiosas e entidades assistenciais. A imunidade abrangerá especialmente os casos em que a “ação de execução ultrapasse o prazo de cinco anos” estabelecido pela Justiça Eleitoral.

Outro benefício garantido aos partidos é a criação de um Programa de Recuperação Fiscal (Refis) para que os partidos possam regularizar suas dívidas. A movimentação será feita isenta de juros e multas acumuladas, sendo aplicada apenas a correção monetária sobre os valores originais.

Para entrar em vigor, a PEC precisa ser aprovada por 308 dos 513 deputados em dois turnos. Caso isso aconteça, a proposta tramitará no Senado Federal, onde é necessária a aprovação de 49 dos 81 senadores, também em duas votações. Por se tratar de uma emenda à Constituição, o texto não será sancionado pelo presidente Lula.