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A Editorial Sul
| 10 de julho de 2024
A Polícia Federal indiciou Bolsonaro e outras 11 pessoas no caso das joias sauditas.
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
A Polícia Federal indiciou Bolsonaro e outras 11 pessoas no caso das joias sauditas. (Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
À medida que se fecha o cerco contra Jair Bolsonaro, reforçado pela acusação do ex-presidente na semana passada, o Bolsonaroismo tem vivido uma cobrança pública sobre o que é considerado uma falta de lealdade ao seu líder. A Polícia Federal (PF) indiciou Bolsonaro e outras 11 pessoas no caso das joias sauditas. A corporação acusa o ex-diretor executivo de supostos crimes de peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
A comitiva de Bolsonaro está pressionando por mais apoio dos aliados. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), primogênito do ex-presidente, convocou seus aliados a unirem a direita em defesa de seu pai, após poucos parlamentares de seu partido se manifestarem contra a ação da PF. O comunicador digital Kim Paim, cujo canal no YouTube com quase 800 mil inscritos é assistido por Bolsonaro, publicou um vídeo mencionando que apenas três deputados federais do PL – Eduardo Bolsonaro (SP), Sóstenes Cavalcante (RJ) e José Medeiros (MT) – tomaram às redes sociais para defender o ex-presidente no mesmo dia da acusação. No Senado, Bolsonaro também contou com o apoio de Sérgio Moro (União-PR).
Os aliados mais próximos do antigo presidente zombam frequentemente da exigência de uma direita unida para se preparar para recuperar o poder em 2026, independentemente de quem seja o candidato, e a agenda foi agora ridicularizada como exigindo unidade contra a acusação. “Cadê a defesa do Bolsonaro, ‘direita unida’?”, disse Flávio em sua conta no X (antigo Twitter).
O clima de desconfiança da direita, porém, foi instilado na própria família do ex-presidente. No último fim de semana, o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PL) fez um comentário ambíguo sobre uma foto do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) em que sua filha está no colo de Jair Bolsonaro, ao lado do ex-primeiro-ministro. Senhora Michelle. “Que legal o cara fazer isso com a filha e não com a minha! De qualquer forma, parabéns sempre, grande Nikolas”, disse Carlos no Instagram.
A insinuação, que parece ter sido feita ao pai, pode ter sido dirigida a Michelle, segundo apoiantes de Bolsonaro próximos do ex-presidente, sugerindo que ela era a razão do distanciamento entre Carlos e o pai. Na mesma publicação, a ex-primeira-dama escreveu: “Que Deus liberte e guarde a nossa Aurora de toda inveja e maldade”.
Influente na comunicação do pai durante a Presidência da República, Carlos fez críticas indiretas à “assessoria” de Jair Bolsonaro, sugerindo que ele era alguém do círculo íntimo do pai. Na semana passada, o ex-presidente participou de uma entrevista com o ex-advogado do MBL, Thiago Pavinatto – que no passado bombardeou o então presidente com duras críticas –, o que irritou fiéis apoiadores bolsonaristas, incluindo o vereador.
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Crianças exigem mais união na defesa do pai, Jair Bolsonaro
10/07/2024
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