Ministro da Fazenda diz que “se não houver compensação, haverá reoneração da folha neste ano”

Ministro da Fazenda diz que “se não houver compensação, haverá reoneração da folha neste ano”


O Supremo Tribunal Federal reconheceu a isenção como inconstitucional. Na foto, ministro Fernando Haddad

Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

(Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou em entrevista a jornalistas nesta quarta-feira (10) que se as perdas no Orçamento não forem compensadas com a desoneração da folha salarial de 17 setores, a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) será cumprida com e devolverá a arrecadação de impostos este ano.

Após o STF reconhecer a inconstitucionalidade da lei que isentou os setores, a decisão foi suspensa por 60 dias. Ficou definido em acordo que o reônus só teria início no ano que vem, desde que os prejuízos ao Orçamento fossem compensados.

“O prazo para a decisão do Supremo vai expirar. O presidente [Lula] reiterou que temos que obter compensação ou voltar ao reembolso. Esta é a decisão do Supremo Tribunal e você cumpre a decisão do Supremo Tribunal. A decisão diz o seguinte: compensar ou reembolsar. Não há alternativa a isso, até porque o Orçamento não fecha”, disse.

Na conversa com jornalistas após reunião com o presidente Lula na manhã desta quarta, Haddad também admitiu a possibilidade de antecipar para este ano medidas de corte de despesas que estavam previstas para 2025. Conforme anunciado anteriormente pelo Ministério da Fazenda, esse pacote de ações totaliza R$ 26,9 bilhões.

“Algumas coisas podem ser antecipadas para 2024. Há propostas nesse sentido”, disse aos jornalistas após reunião com o presidente Lula, na manhã desta quarta-feira.

Os senadores se comprometeram a apresentar medidas compensatórias no valor de cerca de R$ 17 bilhões pela isenção. Segundo o ministro, neste momento seu departamento apenas presta “assessoria técnica” aos parlamentares, para que os servidores possam tomar decisões políticas.

Questionado se o Tesouro calcula os impactos do aumento da CSLL como medida compensatória, Haddad indicou que a secretaria projeta diversos cenários. Discute-se a possibilidade de o imposto incidente sobre o lucro líquido das pessoas jurídicas ser aumentado em 1 ponto percentual.