Portugal oferece bolsas de estudo para apoiar conservação dos oceanos até 2030

Portugal está empenhado em conceder bolsas de estudo para apoiar a consecução dos objetivos de utilização sustentável dos oceanos até 2030. Para impulsionar a cooperação, o país visa tanto os estados sem litoral como os países insulares em desenvolvimento.

Esta terça-feira, o ministro das Relações Exteriores, Paulo Rangel, discutiu iniciativas sobre conexão digital com representantes de países sem litoral, um dia depois de se reunir com pequenos Estados insulares em desenvolvimento.

Países de língua portuguesa

“Estamos a preparar uma formação e bolsas de estudo sobre tudo o que tenha a ver com a gestão e governação dos oceanos, com os problemas que a subida do nível do mar acabará por trazer. Teremos, em Lisboa, para os países membros da ONU, e em particular para os Sids, os pequenos Estados insulares de que fazem parte vários Estados de língua portuguesa como a Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Cabo Verde de exemplo. A ideia é proporcionar formação e formação e trocar experiências, porque estes Estados têm muita experiência na gestão de grandes áreas marítimas e dos problemas que isso suscita.”

A conversa com o UN News, em Nova Iorque, ocorreu à margem do Fórum Político de Alto Nível que enfatiza a ação internacional para que as nações possam cumprir as metas globais em 2030.

Paulo Rangel destacou que a formação associada a estas bolsas prolongar-se-á desde outubro deste ano até ao final do prazo definido para cumprimento dos ODS.

“A primeira edição terá lugar na semana de 14 a 18 de outubro, em Lisboa. Faremos o mesmo também para a área digital. Portugal tem uma experiência muito interessante, que é a Universidade das Nações Unidas na cidade de Guimarães, que só se dedica ao e-Governance, à governação electrónica, até à formação institucional para governos. Basicamente, a criação de autoridades com capacidades electrónicas. Este departamento sediado na Universidade do Minho, que na verdade é das Nações Unidas, e está diretamente ligado às Nações Unidas, trabalha tudo o que é digital.”

Portugal promoverá a iniciativa de governo digital no Botswana em dezembro, na Conferência das Nações Unidas sobre Países em Desenvolvimento sem Litoral.

Oportunidades de parceria

Um dos pilares do evento é facilitar uma plataforma que explore oportunidades de parceria em áreas como desenvolvimento de infraestrutura, comércio internacional e facilitação do comércio.

“Estes são estados sem litoral, são estados do interior e estão a investir fortemente na transição digital. Porque, obviamente, como não têm acesso ao mar, para eles tudo a ligação digital é fundamental. Também vamos lançar aqui um projeto do mesmo tipo com bolsas de formação em governação eletrónica. Portanto, temos aqui dois exemplos de cooperação multilateral com grupos de Estados que olham para o horizonte de 2030.”

O ministro disse ainda que a nova iniciativa poderá contar com mais do que as dezenas de participantes inicialmente previstas.

“Para a Semana ligada aos Assuntos Marítimos temos este ano 25 bolsas. Isso não nos exclui de aumentar. Haverá uma sessão anual nesta área, até 2030, para abordar precisamente todas as dimensões do Objectivo 14, que está ligado à questão dos oceanos, da vida no fundo do mar, etc.”

Portugal afirmou que mais de 60% das metas globais foram cumpridas no evento que avaliou detalhadamente as metas de erradicação da pobreza, fome zero, ação climática, em favor da paz, da justiça e de instituições eficazes e de parcerias para os objetivos.