O que a França de Macron tem a ver com o Brasil de Lula

O que a França de Macron tem a ver com o Brasil de Lula



No domingo passado, os franceses correram às urnas e evitaram o desastre. O Rally Nacional, da extremista direita Marine Le Pen, que havia vencido no primeiro turno, desta vez ficou em terceiro lugar. A esquerda venceu, seguida pelo grupo de Macron. O alívio entre os democratas foi generalizado.

Contudo, para além do facto de o desastre ter sido evitado, não há muito o que comemorar – mas muito sobre o que reflectir. Tanto lá como aqui.

Na França, a extrema direita foi derrotada porque se formou uma frente com pessoas de todos os tipos para evitar o maior mal, Le Pen. Aqui, muita gente que odeia o PT concordou em votar em Lula para evitar o mal maior, Jair Bolsonaro.

Em França, a frente é uma mistura que não se dá bem, e mesmo a esquerda, dividida entre radicais e moderados, não comunica consigo mesma. Com pouco apoio no Congresso e sem saber para onde ir, Macron terá dificuldades para governar.

Aqui, Lula venceu porque obteve apoio espontâneo de forças democráticas que vão da centro-direita à esquerda independente, sem uma verdadeira aliança: não há projeto comum, não há partilha de poder. Lula fez questão de transformar pessoas importantes para sua eleição, como Alckmin, Marina e Simone, em figuras decorativas. Sem apoio no Congresso, Lula tem dificuldade para governar.

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Na França, um dos principais vencedores, Jean-Luc Mélenchon, saiu às ruas e liderou um coro que cantou a Internacional, principal hino socialista. Aqui, Lula, que já comemorou a nomeação do “comunista” Flávio Dino para o Supremo, acaba de se declarar “o povo na presidência”. Não é o tipo de atitude de quem quer construir pontes.

Cabe aos partidos democráticos desmascarar a extrema direita e mostrar ao eleitorado o perigo que ela representa. A direita democrática deve afastar-se do extremismo da direita hidrofóbica. A esquerda precisa reconhecer que as duas direitas são diferentes e dialogar com a banda democrática, para deter a banda podre.

Nenhuma dessas coisas está acontecendo. A direita democrática, com medo de perder votos, abraçou o bolsonarismo. A esquerda joga ambos na mesma cesta extremista, como se fossem idênticos.

A extrema direita, tanto na França como no Brasil, continua forte e está em grande parte “normalizada”. Nestas condições, é um grave erro acreditar que é possível vencê-la nas urnas indefinidamente. Se as forças democráticas não pararem de lutar entre si, se não trabalharem juntas pela democracia, mais cedo ou mais tarde a extrema direita vencerá (no Brasil, novamente).

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É uma questão de tempo.

“A nossa vitória apenas foi adiada”, declarou Le Pen, lembrando que o partido duplicou o seu número de deputados.

(Por Ricardo Rangel em 08/07/2024)



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